Santos

Como o Santos chegou à final da Libertadores dando um chocolate no Boca

O Santos deu um show nesta quarta-feira na Vila Belmiro. O triunfo por 3 a 0 sobre o Boca Juniors não espelhou o baile que a equipe treinada maravilhosamente por Cuca brindou o torcedor e garantiu ao time uma vaga na final em jogo único da Libertadores, no dia 30, contras o Palmeiras, no Maracanã. E o J10 analisa o que levou o time a jogar tão bem este jogo decisivo.

Cuca mais uma vez mandou muito bem na escalação e no comportamento do time em campo nos primeiros minutos. Poderia ter entrado com um time mais recuado, escalando Sandry de volante e fazendo de Pituca um terceiro homem de meio de campo.  Mas não. Foi de Lucas Braga, o que na prática é um esquema com quatro homens de frente.  O chute na trave de Marinho logo no primeiro minuto deu a tônica do que o Santos faria: revezamento sistemático dos quarteto (Soteldo um pouco mais preso na esquerda), pressão total em cima dos laterais rivais  e velocidade nas jogadas. Para deixar o Boca sem ação, Pituca não era um volante recuado e encostava no ataque quando o Santos tinha a bola.

Marinho e Fabra travaram grande duelo. No segundo tempo, o lateral do Boca foi expulso por agredir o atacante santista  – BocaJrsOficial

Com isso, o Boca não respirava, a saída de bola xeneize era um suplício, pois a sua válvula de escape, Sálvio, não tinha espaço, já que o quarteto da frente fazia a primeira marcação. A bola não chegava em Villa ou Tevez. Não por acaso, o Boca foi para o intervalo somando uma finalização contra 11 do Santos. O placar de 1 a 0 para o Peixe não espelhou o quase massacre. E Marinho, o melhor nos 45 minutos iniciais, saiu lamentando. Além da bola na trave, mandou um ultramíssil numa cobrança de falta que Andrada espalmou, mas a patada foi tão forte que o goleiro caiu dentro do gol. Coube a Pituca fazer o 1 a 0 num lance meio estranho, pois após o chute de Soteldo a bola bateu na mão dele e , enquanto todos pediam pênalti e a defesa do Boca estava meio sem saber se o juiz marcaria ou não, o apoiador santista mandou para a rede.

Jogo definido em cinco minutos

Restavam os 45 minutos finais. Seria um outro jogo?

A entrada de Capaldo na vaga de González indicava que sim, a saída de bola poderia melhorar. Mas o golaço  de Soteldo aos três minutos nocauteou o Boca. Aliás, o que queria Lisandro López naquele marcação só cercando o venezuelano?  Mais dois minutos e um passe errado do Boca em sua própria intermediária resultou na grande jogada de Marinho para o gol de Lucas Braga, 3 a 0. Uma festa. Só para lembrar. Naquele momento do jogo o Santos tinha finalizado 13 vezes, o Boca uma. O que os argentinos queriam?

Quando Fabra perdeu a cabeça e pisou na barriga de Marinho, o Boca ficou com dez em campo. O Santos poderia  seguir em cima, pois tinha tudo para conseguir um placar histórico. Mas, com o jogo ganho, jogos importantes pela frente, o Peixe ficou na dele, Cuca fez todas as substituições possíveis. Somente aí o Boca deu as caras. Foi bom, pois deu para ter a certeza de que o Peixe está bem servido de goleiro. João Paulo mandou bem demais em duas finalizações. E a zaga, com Luan Peres com a cabeça enfaixada (perdeu sangue num choque com Soldano no primeiro tempo e seguiu até o fim) rechaçando as demais. Pena que dois contra-ataques no fim não resultaram em gols (Lucas Braga e Kaio Jorge perderam).

Atuação para aplaudir de pé.  E com mais R$ 33 milhões  no bolso pela presença na final (quem sabe R$ 66 milhões se for campeão).

Resta uma pergunta: como pode o River Plate, um time muito, mas muito melhor do que o Boca Juniors, ter sido eliminado da final do Campeonato Argentino para um rival tão limitado?

 

Carlos Alberto

Repórter, setorista da Seleção Brasileira, colunista e editor do Jornal dos Sports entre 1998 e 2000. Editor, colunista e editor executivo do LANCE! de 2000 a 2020, Editor-chefe do Jogada 10 desde 2020. É formado pela Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha-RJ) e participou de coberturas de 6 Copas do Mundo (4 como enviado, 1 como chefe de reportagem 1 como editor-chefe), 2 Copas Américas, 1 Eurocopa, 2 Mundias de Clubes, 1 Olimpíada e 6 Champions League.

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