Abel Ferreira correu mais riscos do que deveria na vitória do Palmeiras no Choque-Rei. Mesmo assim, o português impôs a Rogério Ceni sua primeira derrota em cinco clássicos disputados desde seu retorno ao São Paulo. Mas não foi apenas isso.
O triunfo por 1 a 0 (gol de Rony) veio ao melhor estilo do comandante: setor defensivo bem postado, marcação forte e contra-ataques certeiros. O confronto revelou também um profundo respeito do treinador ao clube em que trabalha.
Mesmo disparado com a melhor campanha e ainda invicto no Estadual, Abel escalou seus principais atletas – em credibilidade às análises da comissão técnica e de seu Núcleo de Saúde e Performance (NSF) -, e ajudou a quebrar incômodo jejum no Morumbi, onde o Verdão não superava o São Paulo pelo Paulistão desde 1997 e onde venceu apenas pela segunda vez nas últimas duas décadas.
O comandante palestrino optou por não repetir 2021, quando fez da competição regional um “laboratório” e testou jogadores da base e reservas com menos espaço, sem se comprometer com o título – ainda assim foi finalista. Dessa vez a postura foi diferenciada.
Paralelo a isso, Ferreira segue recebendo contatos de clubes europeus, principalmente de Portugal. E mesmo assim não abre mão do Palmeiras. Sua história no Alviverde já supera a de Jorge Jesus no Flamengo. O comandante palestrino caminha a passos largos para ser comparado com o patamar atingido por Telê Santana no São Paulo e Lula no Santos de Pelé. Pelos títulos alcançados, com a cabeça fria e o coração quente, o gajo demonstra que deve honrar seu contrato e sua palavra com o clube.
Não bastasse, ainda fala abertamente sobre problemas da cultura do nosso futebol e do jogador em geral, revelando, assim, maior preocupação do que a maioria esmagadora dos treinadores daqui. Poderia adotar um tom conformista, mas prefere abordar questões em que o Brasil engatinha se comparado ao futebol europeu. Foi até chamado de “colonizador”.
Por mais que ainda exagere em sua conduta à beira dos gramados, extravasando além do aceitável com a arbitragem, Abel Ferreira é um exemplo de comprometimento em tempos de desapego. Ao Palmeiras e ao Brasil. É a definição do “copo cheio” quando estão em jogo condições de melhorias para o nosso futebol.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10.
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