Vasco e 777 Partners sabem da importância do progresso fora das quatro linhas para coincidir com o resultado em campo. Desse modo, ambos trabalham para a reestruturação do clube em diversas áreas. Entre as quais, a comercial. A SAF, então, decidiu apostar em Caetano Marcelino, que era diretor do Flamengo. O planejamento de recuperação do Cruz-Maltino como marca convenceu o profissional a aceitar a missão.

Nos seis meses de trabalho, nesta primeira etapa, a meta do Vasco é padronizar os procedimentos. Em termos de comparação, no modelo associativo toda movimentação na área comercial ou de marketing tem como prioridade o momento. Enquanto isso, em uma SAF as decisões no futebol são analisadas pelo ponto de vista de uma empresa.

Marcelino afirmou que a maior dificuldade se deve a sua entrada no cargo com o projeto já em andamento.

“Estamos trocando o pneu com o carro andando”, declarou, em entrevista ao ‘ge’.

Perfil do dirigente

O dirigente tem característica um pouco mais introspectiva. Por sinal, ele ainda não concedeu uma entrevista coletiva desde que chegou ao clube de São Januário. Até porque a principal missão é a organização interna.

Caetano Marcelino, CRO do Vasco – Daniel Ramalho/Vasco

O cargo de CRO (Chief Revenue Officer em inglês, diretor de receitas em tradução livre) tem a função de aproveitamento máximo da criação de receitas. Seu trabalho está bastante ligado ao desempenho do time em campo. Contudo, sua prioridade é a organização dos processos de olho em melhores acordos comerciais.

A sua rotina no escritório é a de orientar uma equipe de 25 pessoas. Isso porque o departamento comercial é composto pelo marketing e sócio-torcedor. Ocorrem, regularmente, reuniões virtuais com a 777 Partners e com dirigentes dos outros clubes dos quais a empresa é dona. Inclusive, o Cruz-Maltino é referência em quesitos como a gestão de mídias sociais e o excelente engajamento.

“Eles acham isso aqui uma loucura, a paixão do torcedor é visceral. Eles têm a certeza que a marca pode crescer muito mais”, apontou Caetano.

Desempenho em campo do Vasco influencia os resultados comerciais

Pré-temporada do Vasco nos Estados Unidos foi ação promovida pelo departamento de marketing – Daniel Ramalho/Vasco

Os resultados comerciais positivos dependem do bom desempenho em campo. Tal cenário é o principal diferencial da SAF no Vasco. A 777 Partners já desembolsou R$ 110 milhões em contratações nesta temporada, criando, assim, a esperança de um elenco mais qualificado e que dê bons resultados. Um dos pontos positivos foi a renovação da parceria com a casa de apostas Pixbet, inclusive com um aumento do patrocínio.

“Não foi muito bom, foi excelente. Já foi o mercado entendendo que a marca Vasco da Gama seria melhor gerida com o investimento que teria”, destacou Marcelino, na mesma entrevista.

O dirigente confessou que o clube de São Januário recebeu outras ofertas para o principal espaço da camisa. Desse modo, a tendência é a de que novas parcerias ocorram em um futuro breve.

Outra movimentação do departamento considerada extremamente positiva no âmbito comercial foi a entrada no torneio de pré-temporada na Flórida, nos Estados Unidos. Em janeiro, o Cruz-Maltino encarou o River Plate, da Argentina, e o Inter Miami, equipe de David Beckham, em um intervalo de uma semana.

O setor é essencial também para a ocorrência das partidas. Afinal, tem a incumbência de realizar ações de marketing e relacionamento com torcedores e patrocinadores. Também já trabalha planejando o progresso em questões com maior emergência como os serviços prestados em São Januário.

“Estamos melhorando questões mais urgentes e dedicamos mais gente para a operação. O torcedor vai ter a percepção que o serviço está cada vez melhor. Vamos trocar a operação de bares, trocamos a tiqueteira, o nosso sócio-torcedor vai melhor muito”, garantiu Caetano.

Carta na manga para a administração do Maracanã

O Vasco monitora o prosseguimento do processo licitatório do Maracanã, que ainda não possui uma data exata para ocorrer. No final de abril, expira o contrato de permissão provisório de Flamengo e Fluminense. Caso o Cruz-Maltino tenha sucesso e consiga participar da gestão do palco, Marcelino pode ser uma carta na manga.

Vasco quer entrar na licitação do Maracanã com Flamengo e Fluminense – Jose Guertzenstein/Pixabay

Isso porque ele já atuou como diretor do estádio, ou seja, tem conhecimento a respeito dos números e o potencial que o clube tem em mãos. Inclusive, o profissional que há possibilidade de potencialização das receitas.

“Nossa intenção é dar acesso a todos e não só no futebol, mas também a esportes olímpicos no Maracanãzinho. Afinal, o americano é exemplo em gestão de estádio e de arena”, ressaltou o dirigente.

A propósito, a 777 Partners e o Vasco fecharam uma parceria com a WTorre a Legends para participar da licitação. O departamento comercial é o autor da aproximação dessas instituições, especializadas na administração de grandes arenas.

A gestão em conjunto de Flamengo e Fluminense do Maracanã é válida desde o final de 2019. O Governo do Rio já garantiu seis extensões, conferindo quantias inferiores com relação à futura licitação. Se houver um atraso no processo de concessão, o Cruz-Maltino deseja participar da cessão temporária. A partir da compra de 70% da SAF do clube, a 777 Partners demonstrou o interesse em atuar na gestão do estádio.

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