A Copa do Mundo é uma oportunidade única de reunir povos e misturar culturas. No clima de Brasil x Croácia, que se enfrentam nesta sexta-feira (9), pelas quartas de final do Mundial do Qatar, o Jogada10 conversou com a brasileira Jessica Barbosa, de 32 anos, que há 12 anos anos se apaixonou por Ivan Bolanča, croata nascido em Zagreb, capital e maior cidade do país europeu. Eles se conheceram no Brasil, se casaram em 2016 e tem duas filhas. Moram na Eslováquia. Mas quando o assunto é futebol e Copa do Mundo… o bicho pega. E vai ser assim nesta sexta-feira.
“Não quero ver o jogo ao lado dele. Cada um fica em um cômodo da casa, pois eu sou muito nervosa vendo partida do Brasil. Eu grito, xingo. E não quero confusão. Afinal, a paixão no futebol fala mais alto que o amor”, brincou Jessica, que ainda mandou essa:
“Se a Croácia vencer eu fico uma semana sem falar com ele. Mas se o Brasil vencer ele vai ter de colocar a camisa da Seleção que ele tem”
Mas parece que, tirando um dia de Croácia x Brasil, a harmonia do casal é grande. Um torce pela seleção do outro.
“Na Copa de 2018, a gente estava no Brasil e sempre que os Canarinhos jogavam, ele torcia pra gente. Sempre torço pra Croácia em Eurocopa, Nations. Então tenho direiro de, na Copa, torcer para o Brasil. Mesmo contra a Croácia”.
Brasil x Croácia: escalações, arbitragem e onde assistir
A história entre o casal começou em Recife, Pernambuco. Ela, nascida em Caruaru, no interior do estado nordestino, conheceu Ivan em uma danceteria.
“Estava de férias da faculdade e fui, com algumas amigas, curtir uma festa em uma boate. Nessa época, ele (Ivan) estava trabalhando no Brasil. Ele na mesma festa que eu estava. Na verdade, ele entrou em um táxi e pediu ao motorista: “me leva em um lugar legal”. Então ele foi para lá”, explicou Jessica.
“Foi amor a primeira vista. A partir daí, nós nos conhecemos melhor. No dia seguinte, voltei para Caruaru sem trocar contatos com ele. Mas, ele conseguiu o número da minha amiga e, depois, foi até Caruaru atrás de mim. Passou uns dias comigo e depois voltou para Zagreb. Nós tentamos um relacionamento a distância. Depois de um tempo, ele retornou ao Brasil para passar férias comigo.”
Mudança de vida em prol do amor
No entanto, a distância entre o país sul-americano e o país europeu não foi capaz de separar Jéssica e Ivan. Assim, a jovem nordestina deixou o Brasil e foi morar na Croácia. Ao J10, Jéssica explicou como foi essa mudança de vida.
“O relacionamento a distância não deu muito certo para nós. Assim, depois que terminei a faculdade em 2012, nós voltamos a nos falar com mais recorrência. Dessa forma, ele me convidou para visitar a Croácia. Viajamos, passeamos pelo país, foi muito legal. Então, ele me convidou para morar com ele na Eslováquia. Estamos juntos desde então. Depois que terminei os meus estudos, nós decidimos casar.”
Assim, depois de dois anos do casamento, tivemos a nossa filha, a Clara. Mais dois anos depois veio a segunda. Aliás, estou com medo do que vai acontecer no ano que vem, já que de dois em dois anos acontece uma coisa interessante no nosso relacionamento.”
“A Eslováquia é bem diferente do Brasil. Para mim o mais difícil é a língua, que eu ainda estou aprendendo. A cultura é mais distante e fria, além das estações. Sofro muito com o frio. Como semelhança tem a hospitalidade. Eles realmente fazem de tudo para o convidado se sentir em casa e bem-vindo. Algo que temos muito no Nordeste.”
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Como estará o seu coração no jogo de amanhã? Qual o seu palpite?
“Meu coração é 100% na torcida pelo Brasil, quero outra goleada como foi contra a Coreia do Sul. Queria que fossemos para a final juntos (Brasil e Croácia), mas infelizmente não deu. O Brasil nunca perdeu para a Croácia em Copas. Mas sei que o time vai dar o sangue no jogo. Meu palpite é 2 a 1 pro Brasil. Bom é para as minhas filhas que vão comemorar qualquer gol que for feito (risos).”
Como é a relação do povo croata com o futebol?
“O povo croata é muito fã de futebol. Todas as pessoas que conheço, que sabem que sou brasileira, sempre comentam algo sobre futebol, principalmente sobre Pelé. É muito nítido a paixão deles pelo futebol. O Ivan me contou uma situação muito engraçada, que na Copa do Mundo de 1998, quando a Croácia ganhou da Alemanha, a comemoração foi maior do que quando eles venceram a guerra contra a Sérvia”.
“Para mim é muito incrível ver que lugares com pouco contato com a cultura ocidental, como no interior da Eslováquia, que ficou fechada durante o comunismo, o Brasil só é conhecido devido ao futebol e mais ainda, é celebrado como o povo brasileiro é criativo, leve e alegre.”
Como é a cultura do povo croata?
“O hábitos são diferentes. Eles têm o hábito de tomar sopa, uma sopa leve antes de cada refeição. É estranho para mim porque uma sopa já me deixa satisfeita (risos). Outra: aqui têm uma máquina automática de ovo. Você vai até ela e compra o ovo na rua. Quando vi pela primeira vez comecei a rir.”
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