Conheça um torcedor que esteve presente nos três títulos de Liberta do Flamengo

Para muitos torcedores do Flamengo (e de qualquer time), ver de perto um título da Libertadores é um sonho. Ver dois, então, nem se fala! Agora, imagina acompanhar, de dentro do estádio, o seu time do coração erguer a taça da maior competição do continente sul-americano em três oportunidades? O flamenguista Ricardo Fraga, o “Ronaldinho de Niterói”, de 58 anos, teve esse prazer inenarrável. Ele esteve no Chile (1981), no Peru (2019) e no Equador (2022) para ver o Mais Querido ser campeão.

Em entrevista ao Jogada10, Ricardo, que desde os seus 13 anos vai ao Maracanã ver o Flamengo jogar, disse que a sensação de ver o Flamengo ser campeão da Libertadores é indescritível.

“É um prazer indescritível ver todos esses títulos do Flamengo. Me perguntam se eu vou gastar dinheiro para acompanhar o Flamengo e ver os títulos. Claro que vou! Eu não sei o tempo que isso vai durar. Pode ganhar nos próximos anos, como também pode não ganhar. Futebol é momento. Em 1981, o Zico ganhou a Libertadores e falou que voltaria a ganhar em 1982 e 1983, mas não ganhou. Se eu não tivesse ido em 1981, eu não teria visto. Sei que esses times do Flamengo, das conquistas da Libertadores, ficarão para sempre na história do clube. Vão passar muitos anos e vão lembrar dos times de 2019 e 2022, assim como lembram do de 1981”, disse.

“O Flamengo vinha perseguindo o tricampeonato. Tinha base para ter conquistado em 2020, além de 2021. Seria um fato histórico se tivesse conquistado antes, e nesse ano já poderia ser o tetra. Ano passado tínhamos um grande time, mas aconteceu aquela infelicidade da falha do Andreas Pereira. Foi questão de tempo. Acho que, tranquilamente, o tetracampeonato da Libertadores virá nos próximos anos”, completou.

Mundial de Clubes

Passada a final da libertadores, os rubro-negros só pensam no Mundial de Clubes. Sem data confirmada ainda, o Flamengo é um dos clubes, assim como o Real Madrid, confirmados no campeonato, que deve ocorrer entre fevereiro e março. Para Ronaldinho de Niterói, o Flamengo tem chances de conquistar o título, já que tem um time melhor do que o de 2019. No entanto, ele também alerta que a qualidade do time adversário também aumentou.

“Esse time do Flamengo é muito melhor que o de 2019, tem mais condições de ganhar o Mundial do que aquele time. O time do Jesus era bom, mas o Liverpool jogou um número inferior de partidas. O time já estava exausto. Neste ano, em relação a números, está igual ao Real Madrid. No entanto, eu acho o time do Real melhor do que aquele Liverpool. O Flamengo é melhor, mas o adversário também. Será um jogo duro. Mas é claro que o Flamengo pode ganhar!”

“O futebol é resultado, momento. Se o Lincoln, em 2019, fizesse aquele gol, ou se o Jesus não tivesse tirado Everton Ribeiro ou Arrascaeta, o Flamengo poderia ser campeão. Aliás, a gente não tinha jogadores reservas como temos hoje. Naquele ano, os principais reservas eram Diego e Vitinho, além do Lincoln. Hoje o plantel é maior e melhor. Assim, o Flamengo pode ganhar o mundo de novo.”

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Final em Guayaquil

Ronaldinho é um dos torcedores que curtiram a ideia da final da Libertadores ser disputada em um único jogo. No entanto, o rubro-negro acredita que a Conmebol tem que repensar as sedes escolhidas para as decisões. Para ele, a baixa busca pelos ingressos neste ano foi em razão da distância de Guayaquil. Desde o início deste padrão, as finais já foram disputadas em Lima (PER), Rio de Janeiro (BRA), Montevidéu (URU) e Guayaquil (EQU).

“Neste ano não teve muita dificuldade para comprar os ingressos, pois o local escolhido para a final foi muito ruim, muito longe. Um local que não tem voo direto, com uma estrutura pequena. A Conmebol tinha que repensar isso, sem escolher um local aleatório. Concordo com a final única, acho legal a ideia, mas não adianta comparar com a Europa. Os países são próximos, aqui não. A final única teria que ser no Brasil, Uruguai, Argentina ou Chile, em grandes praças.”

Problemas para embarcar

Em resumo, diversos torcedores tiveram dificuldades para embarcar para Guayaquil com a empresa Outsider Tours. Alguns, inclusive, não conseguiram viajar. Ricardo vê que o principal problema dos torcedores é a compra dos pacotes de viagens. Por experiência próprio, ele vê que este não é o melhor caminho.

“Muitas pessoas tiveram problemas com pacotes de viagem. Eu nunca optei pelos pacotes. Sempre comprei a passagem diretamente com a companhia aérea, pois qualquer problema que haja com o voo, eu resolvo com ela. Muitos compraram os pacotes por não ter certeza do local da final, que poderia ser mudado assim como foi em 2019, de Santiago para Lima.”

Principais nomes desta geração

“Em 2019, o Flamengo tinha seis craques: Arrascaeta, Everton Ribeiro, Bruno Henrique, Gabigol, Filipe Luís e Gerson. Ainda teve o Rodrigo Caio. Neste ano temos outros grandes jogadores, como João Gomes, Thiago Maia, homem de confiança do Dorival Júnior, e Pedro. Aliás, outro jogador que também não pode ficar de fora é o David Luiz. Quando ele melhorou em campo, pegou ritmo, ele conseguiu acertar o time no setor defensivo. Esses marcaram essa geração.”

Geração 2019-2022 ultrapassou a de Zico?

“Eu acho que ainda não, mas isso deve acontecer. Aliás, acredito que irá passar a geração de Zico, e digo isso pelos números. Em relação a jogadores, craques, não. Naquela época que o Flamengo ganhou a Libertadores na década de 80, todos os times eram muito bons. Não que hoje sejam fracos, mas naquela época ser campeão da Libertadores era muito difícil. O Brasileiro classificava apenas o campeão para a Libertadores, depois o vice também. O título de 1981 ficou marcado para sempre.”

“Quem viu este time jogar não vai esquecer nunca. Mas, o momento atual, em números, vai passar o de Zico. Mesmo aquele time sendo muito bom, ele ganhou uma Libertadores, o Mundial, três Brasileiros e alguns cariocas. Esse time de agora irá ganhar ainda mais títulos do que já ganhou, até porque, atualmente, existem mais campeonatos do que antigamente.”