A Conmebol divulgou o áudio do VAR no lance do gol anulado do Cerro Porteño, no primeiro tempo da partida contra o Fluminense, nesta terça-feira, em Assunção. Na análise, a entidade admitiu erro do árbitro de vídeo, comandado pelo chileno Cesar Deishler. O Tricolor venceu o duelo por 2 a 0.
Na ocasião, o jogo estava empatado em 0 a 0, quando Boselli aproveitou um desvio de um cruzamento da esquerda e, em condição legal, driblou o goleiro Marcos Felipe e balançou as redes. Entretanto, o assistente marcou impedimento na jogada e o VAR confirmou a marcação após checar o lance. Mas errou.
O problema na checagem é que o árbitro de vídeo não percebeu que o lateral-direito Samuel Xavier dava condição. Primeiramente, checaram uma possível mão no desvio, que foi imediatamente descartada. Depois, checaram a condição, mas no momento que colocaram as linhas e aproximaram a imagem para dentro da área, o lateral do Fluminense foi “cortado” da tela. Sendo assim, o VAR não percebeu a irregularidade e caminhou para o erro (veja abaixo).
Após a partida, o técnico Francisco Arce fez duras críticas ao árbitro argentino Facundo Tello e ao árbitro de vídeo, que foi comandado pelo chileno Cesar Deishler. Na coletiva, o treinador afirmou que o Cerro Porteño foi “roubado à mão armada”. Além do gol mal anulado, o time paraguaio também reclamou de um possível pênalti de Egídio, que o juiz chegou a analisar durante o jogo, mas não marcou.
“Creio que foi um erro muito óbvio, muito grande e muito evidente. É impossível que não tenham se dado conta. Também o bandeira, que não seguiu o protocolo de esperar até o final e assinalou (o impedimento) muito rápido. Se investe tanto e todos são convidados para seminários. Sinceramente, nos roubaram à mão armada em nossa própria casa”, disparou o treinador, que chegou a cogitar pedir a anulação da partida.
“Cinco, sete, oito profissionais pagos para isso e não puderam perceber. Podemos entender com o que se passa em campo, mas com os que estão tranquilos, à distância, em teoria têm oito, nove, dez câmeras. Nós em tempo real tivemos a imagem, como mostramos aos árbitros, e eles não puderam determinar essa situação. Evidente que de alguma maneira afetou mais ou menos, poderia ter mudado a forma de encarar o segundo tempo. Agora já foi. O que podemos fazer? Pedir a suspensão da partida? Reclamar contra a arbitragem? Já nos meteram a mão aqui (Campeonato Paraguaio), agora nos metem a mão em um campeonato internacional”, completou.
O atacante Boselli também ficou na bronca com o erro e disparou contra a arbitragem após o apito final.
“Chegamos ao vestiário e soubemos que tivemos um gol válido, e tendo VAR. Quando não tem, tanto o árbitro quanto nós jogadores nos equivocamos dentro de campo, é normal. Mas uma pessoa sentada com uma televisão, com todo o tempo do mundo, não se admite um erro assim”, afirmou o ex-atacante do Corinthians.
“O arbitro de linha tem que esperar para levantar a bandeira. Eu não tinha chutado ainda, e ele já tinha a bandeira levantada. Me chama a atenção pelo menos, mas depois disso a responsabilidade não é mais do árbitro, passa pelo VAR. Tem que ser responsabilizado porque isso muda a partida”, finalizou.
O Fluminense venceu o Cerro Porteño por 2 a 0, em Assunção, e carrega uma boa vantagem para a partida de volta, dia 20, no Maracanã. O Tricolor poderá perder por até um gol de diferença ou empatar para avançar às quartas de final da Libertadores.
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