O Conselho Fiscal do Vasco recomendou ao Conselho Deliberativo a reprovação das contas do clube nos exercícios de 2019 e 2020. No relatório, os membros listaram diversas irregularidades e apontaram graves denúncias no período em que Alexandre Campello foi o presidente do clube. O Jogada10 teve acesso aos documentos.
Contas de 2019
Depósitos indevidos no FGTS e sombra de Campello
O relatório não contou com a avaliação do presidente atual do Conselho Fiscal, João Marcos Amorim, já que em 2019 ele era o VP financeiro do Vasco. Em seu lugar, assinou o 1º suplente do órgão, Luiz Felipe Fernandes Cunha, além dos membros efetivos João Marcelo Fernandes Lucas e Silvio Roberto Vieira Almeida.
No documento, consta grave denúncia envolvendo o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de quatro funcionários do clube. Um deles era o gerente responsável pelo departamento pessoal, que “destinava valores muito superiores ao devido para si próprio”.
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“Foram identicadas oito diferentes contas vinculadas de FGTS do gerente, cujos saldos totalizavam R$ 2.128 milhões em 31 de dezembro de 2018, muito acima do saldo devido estimado”, diz um trecho do documento.
Em 19 de setembro de 2019, o tal gerente do departamento pessoal, homologou na Justiça do Trabalho um acordo para devolver R$ 1 milhão ao clube. Em outra conta, vinculada ao supervisor administrativo, foi identificado um saldo de R$ 3.079 milhões, valor muito acima para o funcionário.
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Já em 26 de março de 2019, o Vasco contratou um funcionário para a função de assistente administrativo. No entanto, não há nenhum controle de presença e horas trabalhadas por ele. Após investigações, foi identificado que o trabalhador só aparecia no clube quando Alexandre Campello estava presente, deixando de comparecer nas sedes do Vasco, logo depois do término do mandato do ex-presidente.
Contas de 2020
Descontrole jurídico, renovação com a Kappa e nomeação irregular de novos sócios
O relatório em questão contou com a assinatura do presidente do Conselho Fiscal, João Marcos Amorim, que deixou o cargo de VP financeiro no início de 2020, e dos dois membros efetivos, João Marcelo Fernandes Lucas e Silvio Roberto Vieira Almeida. O documento começa chamando a atenção para o “descontrole de processos e dívidas trabalhistas”.
Foram identificados 63 processos até então desconhecidos, aumentando o passivo em R$ 36 milhões ao valor inicialmente informado pelo escritório de advocacia (R$ 83 milhões).
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A antecipação de renovação de contrato com a Kappa foi apontada como “infundada e desvantajosa”, já que aumentou a cláusula de rescisão de R$ 3,5 milhões para R$ 6 milhões. Além disso, o novo acordo retirou o direito do Vasco de trocar de fornecedor em caso de melhor proposta de três empresas de materiais esportivos.
Outro ponto apontado pelo documento foi a assinatura de um novo contrato de licenciamento com a empresa Futmarcas Comércio Eireli. A parceria visava a produção e comercialização de produtos, além da criação e registro de marca específica (Nova Marce e Base Forte), para atender os esportes olímpicos, paralímpicos, categorias de base, masculina e feminina, com a exceção do sub-20 masculino e futsal masculino adulto. O acordo foi firmado no dia 30 de outubro de 2020 e até o momento nenhuma ação foi promovida pela empresa.
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Vendas irregulares de camarotes de São Januário e concessão irregular de 26 títulos de Sócio Proprietário Benfeitor, mais conhecido como “Benfeitor Remido”, também estiveram presentes no relatório que recomendou a reprovação das contas de 2020. De acordo com o documento, esses títulos custam R$ 26 mil e renderiam aos cofres do Vasco R$ 676 mil.
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