Para o jogo diante do Peru, nesta terça-feira (12), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, o torcedor brasileiro não deve esperar um jogo tão simples quanto contra a Bolívia. De acordo com o técnico Fernando Diniz, o duelo diante dos peruanos, em Lima, promete ser complicado. Ele preferiu colocar um pé no freio pela euforia criada após os 5 a 1 da estreia, na última sexta-feira.

Fernando Diniz considera que a Seleção Brasileira fez uma bela estreia, mas que o contexto diante do Peru é totalmente diferente. Sendo assim, a postura para o confronto deve ser de máxima seriedade. O treinador ainda lembrou que os peruanos fizeram jogos importantes diante do Brasil recentemente e que está pronto para uma encarar uma equipe ofensiva, mas também conta com um adversário eventualmente recuado.

Diniz pega respeito aos peruanos para duelo em Lima – Reprodução/CBF TV

“A euforia é uma coisa típica do torcedor, que gosta do time ter vencido por 5 a 1 e ter ido bem. Não podemos esconder que o jogamos bem contra a Bolívia, mas já passou. Agora é outro jogo, fora de casa e tem que ter o pé no chão. Existe uma certa rivalidade por ser um adversário tradicional, um jogo que foi semifinal de Copa América (em 2019). Temos que encarar a realidade, pensar no Peru com todo o cuidado e entregar nosso melhor”, diz o técnico, adotando postura cautelosa e respeitosa com o rival:

“É uma equipe forte, com muitos bons jogadores. Vimos o Peru jogando de formas distintas, pressionando mais ou jogando mais atrás. Em alguns jogos, atuando com a construção mais apoiada; em outros, mais direta. Procuramos mapear e estudar todas as formas, afim de estarmos preparados. Esperamos qualquer situação pois vimos posturas diferentes e temos que estar prontos para todos os cenários possíveis”.

Diniz sinaliza repetir escalação

A maior possibilidade, em cima da boa atuação no jogo passado, Diniz deverá repetir a escalação do jogo anterior. Ao menos, é o que o próprio treinador aponta. Pela qualidade da atuação passada, Diniz disse que vale a pena manter a equipe que começou a partida. O treinador acredita que, além do bom futebol, é importante valorizar o entrosamento da equipe.

“Gostei bastante do time. Com o tempo, os jogadores vão ganhando mais entrosamento. Mas, se começa a trocar muito, acaba se perdendo um pouco do ganho que tiveram. Então, a tendência é de manutenção da equipe. O Peru é uma grande equipe, nós vimos cinco jogos deles. São um time forte fisicamente e bem treinado, então esperamos dificuldades. A equipe deles tem bons recursos técnicos e grandes jogadores, portanto esperamos um grande confronto”, afirmou.

A Seleção enfrenta o Peru às 23h desta terça, em jogo que fecha a segunda rodada das Eliminatórias da Copa. A ‘Albirroja’ empatou em seu jogo de estreia, no último fim de semana, ficando no 0 a 0 com o Paraguai, em Ciudad del Este.

Veja outros pontos da coletiva de Fernando Diniz:

Seis jogos seguidos sofrendo gols

“Nossa equipe se defende muito bem. Contra a Bolívia, oferecemos poucas chances a eles. Nos jogos da época do Tite, a Seleção sofria muito pouco defensivamente, então esperamos estar em um bom padrão defensivo para não levarmos gols”.

Peru nunca bateu Brasil em Eliminatórias

“Estatística, a gente tem só é que contar para trás. O que a gente precisa é seguir, fazer nosso melhor trabalho para conseguir fazer um grande jogo”.

Reencontrar comandados do Fluminense

“É muito bom tê-los aqui. A gente trabalha junto no Fluminense, mas não é essa a maior importância deles. É a mesma que os outros, de se colocarem, pela qualidade que têm, no grupo da Seleção. Todos buscam o seu espaço, cada um a seu jeito”.

Aproximação com jogadores consagrados

“É como chegar em um clube novo, em que você trabalhou com pouca gente. Não tem muita diferença, é uma sensação similar quando envolve os jogadores. O do Fluminense, o do São Paulo, o da Seleção, têm muito em comum. E é nisso que eu tento me aproximar e criar vínculos rapidamente. Acho que isso é uma das coisas que está numa velocidade boa, o estabelecimento de boas relações humanas com os jogadores. Somado a isso, a gente vai implementando a parte tática, que é o que a gente deseja”.

Talentos da Seleção favorecem jogo ofensivo?

“Minha ideia, embora não pareça para o público, também é montar um time de trás para frente. No sentido de, primeiramente, ser um time que se protege bem. Criamos muitas chances contra a Bolívia, mas oferecemos quase nada. Então, é esse o ideal para nós. Também tenho preocupações ofensivas, embora goste do time jogando para frente e tendo a bola. A única forma de não tomar gol no futebol é quando você tem a bola. Então, esse cuidado defensivo é uma coisa que eu sempre levo em todos os meus trabalhos. A partir daí é que a gente procura ser um time criativo, que tenha prazer de jogar e fazer com que esse prazer passe para o público”.

Liberdade tática para Neymar

“Um jogador que tem a qualidade acima da média, quanto mais pegar na bola, melhor. Há jogos com características distintas, mas ele vai ter essa liberdade. Sempre que a gente puder entregar a bola de qualidade para ele, já no terço final, para ele decidir o jogo, também é uma das regras. Mas ele vai ter essa liberdade de flutuação, como foi contra a Bolívia. Pelo menos duas construções de gol começaram com ele jogando mais ou menos na posição do Casemiro. Começa aqui, depois termina fazendo o gol lá”.

Imaginava chegar à Seleção no começo da carreira de técnico?

“Eu nunca fiquei imaginando sobre estar aqui. Eu sou uma pessoa focada no que estou fazendo e me entrego de corpo e alma em todo lugar. A Seleção já estava dentro de mim, de alguma forma, quando eu estava no Votoraty, no Fluminense, em todos os lugares onde trabalhei. Então, esse é um momento orgânico, de naturalidade. Eu não fiz um plano de carreira para chegar à Seleção. Foi com muito esforço mas, depois dele, tudo aconteceu com muita naturalidade”.

Importância da semana de treinos para a continuidade

“Tudo é levado em conta, mas todo mundo cumpriu o esperado. Os jogadores se dedicaram demais: todos, sem exceção. Então, nesse quesito, eu teria que convocar sempre os mesmos. Mas é óbvio que tem outros jogadores no radar, que não estavam aqui e irão se incorporar. Foi tudo digno de muitos elogios da minha parte, pois houve uma adesão muito fiel ao que propusemos nos últimos dias”.

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