Novos desdobramentos no caso envolvendo a acusação de injúria racial feita ao lateral Rafael Ramos, do Corinthians. O Centro de Perícias de Curitiba, contratado pela defesa do jogador, emitiu parecer técnico, nesta sexta-feira (20) atestando que o português não chamou o volante Edenilson, do Internacional, de palavra “macaco” durante a partida entre os times no último sábado (14).

Rafael Ramos é afastado da confusão pelo companheiro Maycon após o episódio polêmico no Beira-Rio – Silvio Avila/Getty Images

Um vídeo de 28 segundos da transmissão do jogo pelo canal Premiere foi analisado durante dois dias pelos peritos Anderson Marcondes Santana Júnior, Daniela Cristina Silva Lima Ramos Guidugli e Giovana Giroto. Após leitura labial tomando como base a fonética articulatória e a fonologia articulatória, chegaram à conclusão de que “a fala questionada observada no vídeo apresentado trata-se da expressão ‘Pô, caral**’ e não há menção da palavra ‘macaco’, como supostamente foi alegado no trecho da discussão do vídeo analisado”.

Transcrição do vídeo

00:00:03.243 a 00:00:03.623 – Rafael Ramos: “Eiii…”

00:00:07.263 a 00:00:08.503 – Rafael Ramos: “Cê tá loco?!”

00:00:07.463 a 00:00:07.503 – Edenílson: “maluco!”

00:00:09.503 a 00:00:10.623 – Rafael Ramos: “Pô, caral**!”

Segundo consta no documento, a letra ‘m’ somente pode ser pronunciada sem a junção dos lábios, o que não é ocorre na fala de Rafael, descartando, assim, a hipótese de o jogador português ter proferido a palavra “macaco”, o que configuraria o crime de injúria racial.

A palavra ‘macaco’ não consta na fala questionada, ficando comprovado que em nenhum momento houve a junção labial no início da pronúncia, com a formação da sílaba ‘ma’, conforme imagens abaixo demonstradas ‘frame a frame’ contendo informações de tempo, conforme o vídeo recebido para perícia”, cita trecho do laudo.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul informou que no depoimento de Rafael Ramos após o jogo consta a frase ‘F***-se, mano, caral**”.  A delegada Ana Luisa Caruso, da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, enviou os vídeos para a perícia de leitura labial na última terça (17) e aguarda laudo técnico do Instituto Geral de Perícias para finalizar o inquérito do caso. O IGP tem o prazo de um mês para concluir a análise.

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