Nesta sexta-feira, no fim do jogo em que o Cruzeiro venceu o Vila Nova, 2 a 0 – seguindo na ponta, com 37 pontos contra 30 do Vasco e com 16 de frente para o primeiro fora do G4 (Sport) – os quase 35 mil faziam grande festa no Mineirão para os jogadores, na tradicional comemoração à Islândia que a China Azul promove. Mas um dos jogadores teve ovação especial. Luvannor.  Esforçado, teve três chances no 1º tempo. Não entrou. Mas, aos 20 segundos da etapa final, veio o gol. O atacante precisou chutar duas vezes para fazer 2 a 0.

Foi um de seus grandes momentos com a camisa da Raposa. Luvannor foi contratado há três meses, aos 31 anos. Este piauiense de Campo Maior saiu do Brasil com 21 anos, quando defendia o Morrinhos. Foi para o Sheriff, onde ficou de 2011 a 2014. Lá, fez sucesso, se naturalizou moldavo, jogou pela seleção e conheceu a sua mulher, Aliona. Seus dois filhos também estavam no estádio, o que fez a noite ainda mais “especial”.

Luvannor vibra. Fez um dos gols do Cruzeiro numa noite especial: pela primeira vez sua família viu um jogo seu pelo Cruzeiro – Staff Images / Cruzeiro

“Minha mulher está lá filmando tudo. Pela primeira vez ela veio ao estádio. Ela e meus dois filhos. Imagino o que ela vai falar comigo quando chegarmos em casa. O futebol na Moldávia é como teatro, muito diferente do Brasil. O torcedor vai lá e fica sentadinho comendo seu amendoim. Somente faz alguma festa na hora do gol. Aqui no Brasil é esta festa”.

Em entrevista à Rádio Itatiaia, ele foi perguntado sobre como começou a namorar a sua mulher, já que estão juntos praticamente desde que Luvannor chegou ao país europeu sem falar nada de russo (a língua da Moldávia). O atacante soltou uma pérola.

“Foi tudo na linguagem do amor. A gente não se falava. Era uma piscadinha aqui”, disse Luvannor, que tem o país em seu coração por muitos motivos. “Lá eu construí a minha família, joguei a Liga Europa me destacando, cheguei a defender a seleção da Moldávia”.

A sua passagem pelo país europeu foi em 2013 e 2014. Quatro partidas e dois gols. Mas a Fifa proibiu a sua permanência na seleção, pois Luvannor não tinha cinco anos de residência no país, o que é lei para defender um selecionado.  Logo em seguida foi negociado para o futebol dos Emirados Árabes – onde ficou por sete anos (defendeu Al Shabah, Al Ahli e Al Wahda) – e estava na Arábia Saudita (Al Taawoun), seu último clube antes de defender o Cruzeiro. E ele faz questão de agradecer por esta oportunidade.

” É emocionante defender este clube de camisa pesada, que me abriu as portas pra jogar por um grande no futebol brasileiro e estou muito feliz de ter feito neste jogo o meu segundo gol pelo clube ” disse Luvannor, sonhando em seguir fazendo gols, ajudando o time a voltar à elite e, de preferência com Aliona e os filhos na tribuna muitas vezes.

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