Mateus Lotif/FEC
Da água para o vinho, do flerte com a falência à exemplo de gestão, são várias as expressões para enaltecer o que o Fortaleza vem fazendo nos seis últimos anos. Os resultados em campo, afinal, surgiram rapidamente e o clube fará sua primeira final internacional da história. Mais do que isso, pode ser o primeiro nordestino com um título relevante como a Copa Sul-Americana.
Desde 2017, a quantidade de marcas alcançadas impressiona. Foram dois acessos nacionais, classificação para a Libertadores, domínio estadual sobre o rival Ceará e regional, além de várias vitórias sobre clubes do eixo Rio-São Paulo. Na última terça-feira, então, a principal delas até aqui: 2 a 0 sobre o Corinthians, para mais de 60 mil pessoas na Arena Castelão, garantindo a vaga na decisão contra a LDU, no Uruguai.
O nome do maior responsável pelo crescimento do Fortaleza é fácil de descobrir. Afinal, Marcelo Paz é o presidente nestas seis temporadas, desde a época da Série C. Foi a partir de sua gestão que o Leão se reorganizou financeiramente, se modernizou estruturalmente, com um novo CT, e aproveitou o engajamento da torcida, que nunca abandonou as cores tricolores.
“Estar nessa situação é algo inimaginável até alguns anos atrás. É um trabalho de longo prazo. Não é só 2023, é um trabalho que vem lá de trás. A passagem do Rogério Ceni foi muito importante, e o clube seguiu crescendo. Hoje, essa sinergia, que também inclui o nosso torcedor, tem o Vojvoda com grandes feitos. Estamos incorporando isso tudo, aprendendo e nos desenvolvendo. E não queremos parar por aqui. Queremos o título, justamente para valrizar os anos de trabalho para chegar em um momento como esse”, disse Marcelo Paz.
No começo da década passada, por exemplo, não havia dinheiro para praticamente nada. Uma foto da virada de 2013 para 2014 corre nas redes sociais com a assinatura de contrato de Marcelinho Paraíba, aos 38 anos, em cadeiras de plástico. Sinal da precariedade que tomava conta do clube. Neste período, falava-se em soluções emergenciais e até recuperação judicial, que equivale a decretar falência.
Pouco a pouco, no entanto, a situação mudou. Em 2017, com Rogério Ceni no comando técnico, a evolução foi ainda maior. Vieram, por sinal, o título da Série B do Brasileirão e o título da Copa do Nordeste, provando que o Fortaleza dominava a região. O ex-goleiro ficou mais de mil dias à frente da equipe. Dois anos depois, entre idas e vindas, outro acerto: a chegada do argentino Juan Pablo Vojvoda, que também já é ídolo.
2017: Acesso da Série C para B do Brasileirão
2018: Campeão da Série B do Brasileirão
2019: Campeão da Copa do Nordeste
2021: Semifinal da Copa do Brasil
2021: 4º lugar no Brasileirão
2022: Campeão da Copa do Nordeste
2022: Primeira vez na Libertadores
2023: Final da Copa Sul-Americana
Além de cinco Estaduais (2019, 2020, 2021, 2022 e 2023)
E o cenário para o futuro é animador. Afinal, somente com a classificação para a decisão da Copa Sul-Americana, o Leão já abocanhou R$ 25,8 milhões de premiação, valor de cerca de três folhas salariais do clube.
A tendência é se manter entre os melhores do país e alçar voos mais altos. A final contra a LDU, porém, é um dos grandes passos dessa trajetória. A bola rola, em Montevidéu, no dia 28 de outubro, em jogo único.
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