Por três meses, Júnior Santos simbolizou o crescimento do Botafogo na temporada. Com explosão no ataque, disparou na liderança em dribles no início do Brasileirão e fez voltar o apelido de “Raio”. Além disso, sua irreverência foi o combustível para reanimar um elenco sem confiança e transformá-lo na grande sensação de 2023. Mas, após a parada da Data Fifa, o baiano caiu de rendimento. Por sinal, foi até para o banco de reservas. Porém, ressurgiu com ótima atuação na virada sobre o Guaraní-PAR. Então, desabafou e explicou o que lhe incomodava.

“Minha maior característica é a minha força e velocidade. Estava sentindo algumas dores e por isso não estava conseguindo usar minha força, isso me debilitou um pouco para mostrar o que tenho de melhor”, revelou Júnior Santos, em referência às dores no joelho.

De fato, o camisa 37 foi poupado de algumas partidas. Mas não era necessariamente por desgaste, e sim para se preservar e tratar a lesão. No último mês, viu Segovinha crescer e Gustavo Sauer ganhar mais espaço recentemente. Só que nenhum dos dois tem a mesma força física do “Raio”, tanto para derrubar defesas rivais, quanto para ajudar no seu próprio campo.

Proposta árabe nem foi ouvida

Contra os paraguaios, Júnior ressurgiu com uma linda lambreta, mudanças rápidas de posição e com o pênalti decisivo que sofreu. Ou seja, briga com Marlon Freitas e Tiquinho, que converteu a cobrança, como o melhor em campo na noite de mata-mata na Sul-Americana.

Há algumas semanas, entretanto, o mercado saudita tentou levar vários destaques do Botafogo. Na lista, além de Adryelson, Eduardo e Tiquinho, está Júnior Santos. Os árabes acenaram com uma oferta salarial atraente, mas isso não empolgou o atacante. A própria diretoria alvinegra, aliás, também rejeitou o negócio, que giraria na casa de 3 milhões de dólares (pouco mais de R$ 14 milhões). Tudo porque o foco está nos dois títulos que o Glorioso é favorito para conquistar, se mantiver o mesmo nível de desempenho.

Júnior Santos e o sorriso que contagiou o elenco do Botafogo  – Foto: Vítor Silva / Botafogo

“Quando veio a proposta da Arábia eu nem quis escutar. Meu objetivo é ficar aqui porque sei que grandes coisas estão por vir. Tenho fé em Deus e isso é que me ajuda a superar as dificuldades”, aposta o jogador, que falou ao ‘Canal do TF’, na zona mista do Nilton Santos.

Teve até comparação com Mbappé…

Quando iniciou a segunda passagem, em abril, Júnior Santos logo reencontrou a alegria de jogar. Fora dos planos no Fortaleza, provou que tinha condições de brigar na Série A e fez jus à confiança que o técnico Luís Castro, à época, depositou em sua qualidade. Deu entrevistas, ganhou versões de músicas e lembrou sua época como jogador de várzea na Bahia até os 23 anos.

“No amador eu tirava cerca de 3000 reais por mês. Jogava sábado e domingo e chegou uma hora que meu cachê já estava em 500 reais por jogo e até abandonei a carreira de ajudante de pedreiro, não queria mais bater massa não (risos)”, lembrou.

Houve até quem o comparasse com ninguém menos do que Kyllian Mbappé. Sim, o colunista do Metrópoles, Marcondes Brito, ficou encantado com a explosão de Júnior Santos e aproximou as características físicas e de estilo dos dois.

Mbappé
Mbappé e Júnior Santos: semelhanças apenas físicas? – Photo by FRANCK FIFE/AFP via Getty Images

“O jeito que ele corre com a bola dominada lembra o Mbappé. Tem quase 1,90m e é muito veloz. No lance que originou o pênalti (contra o Corinthians, pela quinta rodada), no comecinho do segundo tempo, o Botafogo puxou o contra-ataque e lançou Júnior Santos, que partiu como um raio. Igualzinho a Mbappé”, definiu o colunista.

Mesmo que não seja craque como o francês, o atacante do Botafogo deixou os torcedores otimistas com seu retorno. E muitos celebraram, nas redes sociais, o princípio de ressurgimento do “Cragre” (mistura de craque com bagre) com a atuação de quarta-feira. Agora, ao que parece, livre das dores e pronto para retomar a posição na ponta direita.

Siga o Jogada10 nas redes sociais: TwitterInstagram e Facebook.

Comentários