Recuperado de uma grave lesão na coxa esquerda, o lateral-direito Jhonatan Lemos agora quer recuperar o tempo perdido e usar a sua experiência de três acessos à Série A para selar mais um, com o Botafogo. Em bate-papo exclusivo com o Jogada10, o camisa 13 falou como foi ficar sem jogar de 9 de maio até 29 de setembro por conta do problema no músculo reto femoral.
“Em relação às lesões, estamos propensos a isso na nossa profissão. É claro que a gente fica muito triste, chateado pelas circunstâncias porque queremos estar sempre aptos para treinar ou jogar. A gente fica abalado quando passa por isso. No começo, a gente sofre um pouco. Fiquei cinco meses sem jogar, mas estou recuperando. Acho que como pessoa não mudei muito, mas a parte física, sim, é alterada, mas depois você volta à forma antiga.”, contou.
Jonathan se lesionou na reta final do Carioca e só voltou a ser relacionado contra o Remo, no início de setembro. No final daquele mês, voltou a jogar, quando foi titular no 0 a 0 com o Vitória, mas saiu no intervalo. Depois, não foi usado contra o Avaí e foi novamente titular nos dois últimos jogos, diante de CRB e Cruzeiro. Contra a Raposa, aliás, jogou 90 minutos, o que não acontecia desde abril. Em clara recuperação de espaço, ele quer voos ainda maiores com o treinador Enderson Moreira. Curiosamente, o Glorioso não tomou nenhum gol nesses três jogos.
“Sensação de felicidade. Poder voltar a fazer o que mais amo depois de meses é uma sensação única. Feliz demais. Quando a gente fica muito em casa, parece que o tempo não passa, fica agoniado. Mas ainda preciso pegar mais ritmo, sequência. Somos seres humanos, né? Ninguém consegue ter 100% de êxito após ficar cinco meses parados. Ainda tenho muito a evoluir. Tudo no seu tempo”, afirmou Jonathan, que está com 29 anos.
Confira a entrevista completa com Jonathan
1) E por falar na lesão, acredita que tenha acontecido algo que a originou?
Acho que isso tem um pouco de relação com o meu desgaste muscular. Foram praticamente dois anos sem férias. No meu clube anterior, o Coritiba, joguei bastante e aí já emendei com o Estadual deste ano. Mas isso já são águas passadas e agora quero recolocar o clube na Série A, de onde nem deveria ter saído. O momento é difícil, mas os profissionais que estão aqui querem o melhor para o clube.
2) Como você analisa a sua passagem pelo Botafogo?
Minha passagem ainda não acabou, o campeonato também não acabou. Ainda tem muita história para rolar (risadas). Tive momentos bons aqui no clube. Fui bem recebido, assim como todos os meus colegas. É um grupo de pessoas simples e trabalhadoras. Esse ambiente é essencial. Ser recebido da forma como fui, acho que isso não tem preço. Acho que ainda tem muitas coisas pela frente. Lógico que queria ter jogado mais, mas me machuquei.
3) O Botafogo vai subir?
Acredito que o objetivo está encaminhado, mas tem muita coisa pela frente ainda. Sabemos que a competição é difícil. Tive alguns acessos na minha carreira, sei como é realmente difícil, mas estamos no caminho certo. E quero ajudar, seja jogando, seja ficando no banco. Quero ajudar muito nesse acesso.
4) Vocês já estipularam a pontuação “mágica” pelo acesso? E pelo título?
A gente não trabalha com uma meta de pontos. A gente trabalha pensando em fazer o nosso melhor a cada jogo, melhorando sempre. Não adianta pensar lá na frente, em fazer tantos pontos, se não fizermos o nosso dever agora. A briga está muito boa, com muitos times, assim como tem muita gente querendo fugir do rebaixamento e que vai querer pontuar também. É uma competição muito difícil. Cada jogo que se passa é muito difícil. Quando estiver perto do acesso, podemos fazer contas. Hoje não. É pensar jogo a jogo e passo a passo.
5) Você tem histórico de acesso com outros clubes. São três (dois com o Atlético-GO, em 2016 e 2019, e um com a Ponte, em 2014). O que pretende usar da sua experiência para subir agora?
Sou um felizardo por poder fazer o mais que amo, que é jogar futebol e estar sempre em bons grupos. Lógico que também tive descensos, ninguém tem só vitórias, mas eu tenho mais acesso, graças a Deus. São três. Quero muito botar o Botafogo na primeira divisão, que é de onde ele nem deveria ter saído. Sabemos que é difícil. Com trabalho, dedicação e companheirismo, vamos alcançar o nosso objetivo na temporada. Estamos fazendo todos os sacrifícios possíveis. Ainda tem muitos jogos. Cada jogo da Série B é uma decisão. Temos que encarar assim para comemorar o acesso no final do ano. É bom para o clube e para o atleta. Para a carreira profissional de um atleta, cada título, cada acesso, soma muito. Teremos que ter muita entrega, cabeça boa, mente forte para chegar ao nosso objetivo. O título também é um objetivo, mas primeiramente o acesso. Seria um dos meus sonhos realizados.
6) O Botafogo tem, além de você, o Daniel Borges, o Rafael e até o Warley. Como você vê essa concorrência na sua lateral?
Essa concorrência é muito boa, sadia, natural. Quem ganha com isso é o clube, é o Botafogo. Com tantas peças boas, quem comemora é o Enderson. São todos jogadores de alta qualidade. O Warley deu conta do recado quando eu saí, é um velocista. O Daniel está em grande fase, num momento ótimo. Eu já tinha atuado com ele em outros clubes e fico feliz por isso. o Rafa é um cara que estou conhecendo agora, mas já está agregando. Quem o professor botar vai dar o máximo pelo grupo, para que as coisas aconteçam. Eu respeito muito o momento de cada um, tento incentivar como posso, mesmo se não estiver jogando. A posição está muito bem servida.
7) O que tem aprendido com Daniel e o Rafael? E o que você tem ensinado a eles?
Nós sempre temos algo a aprender, seja velho ou novo, ainda mais com alguém da mesma posição que você. Eles têm me ajudado muito com o posicionamento, por exemplo, enquanto eu tento passar um pouco mais da minha experiência na Série B. Acho que a gente se ensina muito profissionalmente e como pessoa também.
8) O que explica o sucesso do trabalho do Enderson Moreira?
Acredito que o sucesso não vem de uma pessoa só, é de um grupo. Ele chegou aqui, implantou a filosofia dele, todos abraçaram a ideia e isso é positivo. Todos assimilamos bem o que ele quer. Tem sim os méritos dele, claro. Ele é um cara de grupo, que busca dar oportunidade para todos. Isso é muito importante. Acredito que o sucesso dele passa muito pela pessoa que ele é. E cabe a nós fazermos claramente o que ele manda. O trabalho dele é muito bom. Ele só nos passa coisas boas. Acredito que o sucesso dele e da equipe passa muito pelo companheirismo do grupo. Todos aqui têm a mesma importância. Ele é sensacional. A gente se respeita muito.
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