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Depay já está ambientado a Itaquera - Foto: Gabriel Bouys/AFP via Getty Images

Desde o início da coletiva de sua apresentação, Memphis Depay demonstrou um enorme respeito pelo futebol brasileiro. Assim, em determinados momentos, o holandês citou craques como Neymar e Ronaldo, que tem uma ligação com o Corinthians e o PSV, clube no qual foi revelado.

 

“Um dos jogadores que mais me inspirou foi o Ronaldo. Ele jogou no PSV, Barcelona e também aqui. A forma como ele jogava, sempre disse que ele me inspirava. Para mim, vai além. Os brasileiros, em todo o mundo e aqui, não precisam me agradecer por eu falar com respeito. Vocês contribuíram com o futebol no mundo inteiro, vocês nos inspiraram. O Ronaldo me inspirou muito”.

Quando acertou com o clube paulista, uma curiosidade tomou conta das redes sociais. Afinal, o jogador estufou a rede há dez anos, com a camisa da Holanda, na Copa do Mundo, realizada no Brasil. Dessa forma, o tento aconteceu em Itaquera, no estádio do Corinthians, na vitória por 2 a 0 sobre o Chile, na fase de grupos.

“Para ser honesto, eu não sabia que já tinha marcado aqui. Foi especial. Foi a minha primeira experiência no Brasil há dez anos, marquei o meu território em Copas do Mundo. Dez anos depois estou aqui para competir, isso é algo especial. Não quis pensar muito a respeito sobre a posição na tabela, estou pensando mais sobre quais maneiras posso ajudar aqui, onde o futebol é uma paixão. Isso me inspira e vai me inspirar por muitos outros anos. Muito obrigado por me lembrarem do que aconteceu há dez anos aqui no Brasil, era um sonho jogar aqui”, relembrou.

Inspirar pessoas e ancestralidade

Ao longo da entrevista, Memphis deixou claro que tudo em sua vida tem um propósito e um deles é inspirar pessoas. O atacante, então, falou sobre sua ancestralidade, com o pai refugiado de Gana, e que quando conheceu o país, se apaixonou por sua história.

“A minha mãe é da Holanda, meu pai é refugiado de Gana. Não tive chances de ver as minhas raízes até ter 22 anos de idade. Nem sempre as coisas funcionam do jeito que você quer. Eu cresci na Holanda, meu pai me deu caráter. Quando fui para Gana, comecei a conhecer a história dos meus ancestrais. Assim, o sangue que eu carrego vem de uma tribo guerreira de Gana”, explicou Depay.

“A história vem desde o tráfico de escravos, tenho essa ancestralidade em mim. Temos brasileiros em Gana, isso é engraçado. Quando eu falo de propósito é sobre isso. Foi aí que percebi minha conexão com o Brasil e com o povo brasileiro, muito antes de jogar na Espanha ou na França. Estou conectado com os jogadores brasileiros. Quando cheguei aqui, aliás, vi o espírito e achei tudo muito parecido”, acrescentou.

“Senti a conexão. Se eu estivesse em Gana, teria lugares lindos para ver, mas com uma grande desigualdade. Sinto essa conexão com o Brasil. Nesse sentido, você vai me ver de terno e gravata, mas estou fazendo muito trabalho por trás, um trabalho de base. Isso sou eu, estou aqui para jogar futebol e preencher esse vão entre lá e cá. Afinal, tudo isso é muito grande”, finalizou.

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