A Dinamarca, que já foi surpresa em Euro, volta a fazê-lo, chegando à semifinais, pois, na prática, foi mais eficiente no conjunto da obra, mostrando futebol convincente na etapa inicial, e força suficiente na derradeira para segurar a ameaçadora mas improvável reação da República Tcheca. O resultado de 2 a 1 foi justo. A Dinamarca chegou a essa mesma condição em 1984, quando caiu nos pênaltis diante da Espanha, e ganhou o título continental em 1992, ao derrotar na decisão a poderosa Alemanha.

Quando a Dinamarca fez 1 a 0, com apenas cinco minutos, em cabeçada de Delaney, já era superior, em todos os setores, defendendo com segurança, articulando bem no meio, e atacando com perigo. Pois é. Apesar do pouco tempo foi possível perceber a superioridade, que foi maior ao longo de todo o primeiro tempo, pois a República Tcheca, muito confusa, notadamente após o gol, era quase nula – o esforço de Schick não bastou – na frente, e vulnerável para conter o jogo rápido e objetivo do adversário. Aos 44, Dolberg apanhou cruzamento de Mahle e enfiou 2 a 0.

No intervalo, Jaroslav Silhavy trocou Holes e Masopust, peças nulas, por respectivamente Jankto e Krmencik, e os tchecos descontaram logo aos três minutos, com ele, o artilheiro Schick, deixando o placar aberto. Não seria exagero afirmar que ocorreu o oposto do comecinho da partida, pois a equipe de Kasper Hjulmand não conseguia mais acertar o passo, e os tchecos querendo ameaçar. Com isso, o técnico também fez duas mudanças, e ameaçou reagir, buscando a agressividade perdida, mas é fato que com muitas substituições – Brabec entrou na vaga de Celustka – o ritmo da partida diminuiu um pouco, mantendo o duelo equilibrado.

A República Tcheca, em desvantagem, parecia preocupada, errando passes, pois tinha a noção de que outro gol dinamarquês praticamente fechava a questão. Com meia hora, a Dinamarca dava os primeiros sinais de cansaço, pois preferiu recuar, acreditando nas limitações técnicas do adversário, e principalmente em um contra-ataque fatal. As trocas continuam, e os motivos para tal são distintos, pois se Hjulmand mexe com o objetivo de provocar mais paralisações, Silhavy o faz apostando que possa, com isso, é evidente, mudar o rumo da prosa.

Há ali, na realidade, um esgotamento geral, e o resultado de 2 a 1, dadas as circunstâncias, acabou sendo um retrato fiel da partida, que reserva, quem sabe, mais surpresas para a próxima fase, embora, que fique claro, essa não é positivamente uma Dinamáquina.

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