Depois da vitória por 2 a 1 sobre o Boca Juniors, no Maracanã, Fernando Diniz celebrou a conquista inédita do Fluminense na Copa Libertadores. Contudo, o comandante explicou sua visão de vida e ressaltou que o mais importante é o trabalho, respeito e dignidade. Para ele, um resultado negativo não apagaria o que acontece dentro dos muros do CT e não se pode rotular as pessoas baseado em vitórias e derrotas.

“Muita felicidade. Fruto de um trabalho que se a gente não tivesse vencido a gente não seria fracassado. O Boca não é fracassado, tem que parar com isso. Quem chegou aqui é campeão. Campeão não é quem ganha título. Campeão, portanto, é quem vive com dignidade, quem respeita e quem trabalha com amor”, disse Diniz, que completou:

Fernando Diniz leva Fluminense à conquista inédita da Copa Libertadores – Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC

“Se não tivesse vencido, eu ia continuar trabalhando para ganhar numa próxima vez. Os campeonatos acabam e a vida continua. Campeão é quem melhora constantemente e consegue suplantar as críticas fáceis. Quem sabe o que se passa está dentro, quem está fora vê miragem. Um resultado não apaga o que acontece dentro dos muros do CT. A gente fica nesse lenga lenga de rotular pessoas fracassadas, esse conceito. É quase o mesmo de quem tem dinheiro é bem sucedido e quem não tem não vale. A gente poderia ter caído em qualquer uma das fases, mas chegamos com mérito e fomos campeões. Não desmerece quem conseguimos passar pelo caminho”, acrescentou.

Elogios ao pupilo

Com o Maracanã lotado, o Tricolor abriu o placar com Germán Cano, ainda no primeiro tempo, porém sofreu o empate com Advíncula, na etapa final. Diante desse cenário, Fernando Diniz decidiu apostar novamente em John Kennedy e ressaltou ao jogador que ele faria o gol do título, algo que realmente aconteceu na prorrogação. Na coletiva, o treinador voltou a elogiar o atacante e ressaltou que ele precisa de carinho e afeto.

“O John Kennedy tem o poder de decisão grande, um menino que a gente acreditou muito. Ele é uma daquelas pessoas que o futebol perde aos montes, desses que precisam de muito afeto e carinho. Muitas pessoas usam os jogadores como objeto desde a base, ninguém olha suas carências afetivas. E eu tenho como pilar central do meu trabalho olhar para os jogadores de uma maneira diferente. O John Kennedy, acho que se fosse em outro lugar ele não tinha conseguido ficar e fazer o gol do título. É um trabalho não só meu, mas de muita gente que soube acolhê-lo e proporcionar esse momento”, explicou:

“Eu não lembro o que falei exatamente com o John Kennedy (após o jogo), acho que falei para ele aproveitar muito esse momento, para acreditar no potencial dele. Ele tem muito talento. Nunca foi um jogador extremamente profissional e dedicado, mas esse ano ele passou a ser. John Kennedy está muito treinado. Ele é talentoso e está muito bem treinado. O cara está uma tora. Ele estava em condições de desequilibrar” , completou.

E o Mundial de Clubes?

No fim, ao ser questionado sobre o Mundial de Clubes, Diniz afirmou que sempre irá sonhar, entretanto antes existe uma semifinal a ser disputada. Com o título, o Fluminense entra no hall das onze equipes brasileiras que possuem o troféu da Copa Libertadores, Dessa forma, a equipe carioca receberá o prêmio de 18 milhões de dólares só pelo título (cerca de 90 milhões de reais). Além disso, a equipe garantiu a vaga no Mundial de clubes também na edição especial de 2025.

“Sonhar e ter isso como objetivo eu sempre tive na minha vida. Sempre entrei em meus jogos querendo muito vencer. Sempre apostei naquilo que era minha crença fundante, proporcionar um jogo em que os jogadores tenham prazer de jogar e que as pessoas tenham prazer de assistir. Ao longo da vida a gente vai melhorando. Para enfrentar o Manchester City no Mundial temos que passar pela semifinal. Os jogos, portanto estão cada vez mais nivelados.”, concluiu.

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