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A era Fernando Diniz no Vasco começou no último domingo com o primeiro treino dirigido pelo novo técnico, mas sua apresentação oficial ocorreu na tarde desta segunda-feira (13) logo após as atividades com o elenco. Em sua primeira entrevista coletiva, o comandante mencionou o hino do clube ao explicar como espera fazer a equipe jogar na Série B e agradeceu pela chance de assumir o Cruz-Maltino.

Fernando Diniz, ao lado do diretor executivo Alexandre Pássaro e do presidente Jorge Salgado – Rafael Ribeiro / Vasco

Ao lado do presidente Jorge Salgado e do diretor executivo de futebol Alexandre Pássaro, Diniz exaltou a grandeza do clube independentemente de estar na Segunda Divisão e enfatizou o papel fundamental do Vasco ao longo da história em meio às lutas sociais e combate ao racismo.

“Não vim para um time de Série B, eu vim para o Vasco. O Vasco é um gigante. Dentro e fora de campo. Sempre se posicionou do lado certo da história. Tem muitas coisas no Vasco que me comovem. Estou muito feliz de estar aqui”, afirmou o comandante.

Acostumado a impor um modelo de jogo ofensivo construído desde os homens do setor defensivo, o técnico não fugiu do tema na coletiva. Ele afirmou a seriedade do trabalho já iniciado e a necessidade do compromisso dos jogadores em melhorar o desempenho nos jogos, apesar do pouco tempo para treinos.

“Esse trabalho é diário. Joguei futebol para aprender a ser técnico. Futebol é a entrega total da minha vida, daquilo que sou. Tenho grande foco no jogador, para que melhore como pessoa e atleta. Sou feliz com os feedbacks que recebi. É a maneira que tenho de poder ajudar o clube e o torcedor. Todos dependemos do que o jogador vai fazer. Se eles conseguirem se motivar e aplicar o que sabem, nos daremos bem. Vejo que o time tem potencial. Que a coragem, a vontade e a solidariedade estejam presentes. Isso antecede o estilo de jogo. Para que aconteça em campo se precisa desses elementos. Temos que trabalhar e conseguir a vitórias, para que o torcedor se alegre, e é o que vamos fazer. Agora, vamos todos cantar de coração, trabalhar de coração e jogar de coração. Para que a gente consiga trazer o Vasco para a Primeira Divisão”, destacou.

Diniz ainda falou sobre a possibilidade de seu esquema ofensivo deixar a equipe vulnerável na na defesa, uma das críticas sofridas por ele enquanto esteve à frente do Santos:

“Ao longo da minha carreira vou melhorando dia a dia. Toda vez que o time ataca muito bem, provavelmente vai estar se defendendo bem. Temos que saber atacar, de modo que consigamos nos defender. Nesse modelo vou apostar. Tem time que joga de maneira reativa e faz bastante gol. Tem time que joga com a posse e não consegue fazer tanto gol assim. Temos que achar uma maneira que o time consiga jogar bem, propor o jogo e que fique protegido, é o que vamos tentar fazer até o final do ano”.

Confira outros tópicos da coletiva

Expectativa no Vasco

Para mim certamente é motivo de empolgação. Me senti desafiado, e tenho prazer de estar no Vasco. Um time grande, gigante. O feeling, o que senti no coração foi de rapidamente acertar, e poder me apresentar e dar treinamentos. Tem o tamanho do Vasco, minha relação com o Vasco e o elenco que foi montado. Um elenco de bastante qualidade para todos juntos buscarmos o acesso.

Pontuação para o acesso
Não gosto de me preocupar com número. Meu número é fazer de tudo para ganhar os próximos três pontos. Nós temos que nos empenhar com energia não no próximo jogo, mas no treinamento.

Meritocracia na escalação

A bola mestra do meu trabalho é sempre escalar os melhores. Faz parte da história do Vasco. Pelo que conheço do Pássaro, do presidente, não só eu vou ter liberdade, como os treinadores que passaram aqui tiveram liberdade para escalar quem quisesse.

Goleiro jogando com os pés

Quando cheguei no Athletico-PR, o Santos (goleiro), que foi determinante para o ouro olímpico em Tóquio, falaram que o único goleiro que não jogaria comigo seria ele, porque não jogava bem com os pés. Com muito treino, ele evoluiu bem. Hoje, é notabilizado porque sabe jogar com os pés. A maioria das críticas aos goleiros têm a ver com o posicionamento. E nenhum time que joga comigo é obrigado a jogar por baixo.

Aproveitamento de atletas da base

Certamente é um dos alicerces. Sempre oportunizei aos meninos, mas nunca forcei a barra para o atleta jogar, nem o Miguel no Fluminense com 16 anos. Temos que ter serenidade e lucidez para lançar o garoto. Se for lançado na hora errada não ajuda o garoto nem o time. Temos que colocar os melhores para jogar. Tem muitos jogando, outros compondo elenco. E com certeza tem mais. É uma das bases, mas não podemos focar que somente os garotos vão resolver os problemas.

Torcida no estádio

Estou ansioso para torcida voltar ao estádio. A torcida do Vasco tem algo especial no estádio. Como jogador, joguei muitas vezes contra o Vasco. Na década de 90, joguei contra uma das melhores formações. Aqui em São Januário me chamava a atenção a capacidade de a torcida empurrar o time, a maneira como cantava e vibrava. Tenho ansiedade para que a torcida volte. Ao mesmo tempo, temos que ter um alinhamento social, como o Vasco sempre teve, daquilo que é melhor para sociedade. Temos que tomar cuidado porque a pandemia está aí, temos que voltar e ter uma isonomia. A hora que os clubes tiverem um consenso para que todos tenham o mesmo direito. O torcedor no estádio às vezes facilita e até determina o resultado.

https://www.youtube.com/watch?v=iympBx_ugrg

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