Brasil e Argentina finalmente se enfrentarão pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2022. Mas pelo returno. Sem que o jogo do turno, o de 5 de setembro, fosse solucionado. O encontro desta terça-feira (16), em San Juan, ocorrerá mais de dois meses após representantes da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) invadirem o gramado da Arena Corinthians para interromper a partida aos seis minutos do primeiro tempo.
Segundo a agência, quatro jogadores argentinos que atuam no Reino Unido teriam burlado as regras de quarentena brasileira adotadas contra a Covid-19 na entrada ao país. Depois da intervenção dos agentes, a seleção argentina se retirou de campo em direção ao vestiário. Horas depois, a delegação deixou o Brasil.
Responsável pela organização das Eliminatórias, a Fifa deu início às investigações para esclarecer o ocorrido. Contudo, passados 71 dias, a entidade máxima do futebol mundial ainda não chegou a conclusão sobre o caso. O procedimento é sigiloso e não há um prazo determinado pelo Código para que a Comissão Disciplinar da Fifa se posicione sobre o assunto.
Parece-me claro que o objetivo da entidade é atenuar o peso da própria decisão, uma vez que ambas seleções ocupam primeiro e segundo lugares na tabela, com o Brasil já classificado para o Mundial do Qatar, e a Argentina virtualmente assegurada.
Quais as opções da Fifa?
O Código Disciplina da entidade prevê nos artigos 14 e 20 a aplicação de W.O à seleção que abandonou o jogo e foi culpada pela confusão (derrota pelo placar de 3 a 0), além de multa de 10 mil francos suíços à federação nacional.
A única possibilidade de contestação da Argentina se basearia no artigo 5º do regulamento da Fifa, que dispõe sobre força maior. Neste caso, a partida deveria ser retomada a partir do tempo em que foi interrompida. No entanto, tal alegação não deve ser considerada, e a tendência é a de que a partida não ocorra, com a punição de W.O a uma das seleções.
Caso a decisão seja a de que o jogo não teve continuidade por falta de condições dadas pelo mandante, a derrota será brasileira. É importante frisar que uma regra esportiva pode prevalecer diante de uma norma nacional apenas para a definição do responsável pela não realização da partida. A portaria que rege a quarentena de estrangeiros no território brasileiro prevê punições na esfera civil, administrativa e penal, além da deportação automática para quem desobedecer as regras.
O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, explicou a situação durante a transmissão do jogo na Globo, afirmando que “a permanência dos quatro jogadores argentinos no Brasil caracterizava descumprimento das regras sanitárias e que eles corriam risco de deportação”. Poucas horas depois da paralisação, a Conmebol anunciou a suspensão da partida.
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