A torcida do Flamengo adquiriu, com dois dias de antecedência, todos os ingressos para uma partida que não vale nada, apesar dos reajustes que serão cada vez frequentes, por conta dos interesses econômicos e políticos em todo o mundo, que ficaram absolutamente aparentes com a invasão da Ucrânia. As maiores potências do planeta, teoricamente unidas, não conseguem ameaçar o agressor, que todo os dias dá razão a quem duvida da existência de alguma divindade.
Mas é fato que pelo comportamento da torcida também impressiona a irracionalidade da sua maioria esmagadora. O Flamengo perdeu cinco títulos – Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, Supercopa e Taça Guanabara – em sete meses, e lá estão eles, batendo palmas para jogadores que não suportam 90 minutos de jogo. O rubro-negro continua acreditando que vai ao estádio para ver o esquadrão que ganhou 13 troféus em dois anos e entrou para a seleta galeria dos três maiores times da história do clube. Um equívoco. Mas não há nada que possa abalar o torcedor: um técnico confuso e dado a experiências fantásticas, atletas em eterna recuperação, outros medíocres que vêm da base, e alguns que custam fortunas e fariam feio em uma pelada de praia.
Basta andar pela rua e ouvir opiniões para perceber que são raríssimos os que já perceberam que o caldo entornou faz tempo. Os péssimos resultados aqui citados deixam isso evidente. É muito difícil encontrar na história do futebol uma equipe que conquistou um punhado formidável de títulos em tão pouco tempo e mais complicado ainda descobrir alguma que sofreu tantas decepções consecutivas em período tão curto. E o mais incrível: com o apoio quase irrestrito de milhões.
Quantas vezes o time vai perder até que os dirigentes resolvam tomar uma atitude? De qualquer forma, queiram crer, a providência deverá acontecer ainda 2022, pois caso contrário o Flamengo brigará contra o rebaixamento no Brasileiro. É aquele antigo ditado: o cadeado só é colocado depois que a porta arrombada foi arrombada.
Nas demais competições, o time é eliminado – nas próximas duas semanas o Estadual também irá para o espaço – e a vida segue. Mas no Brasileiro há a suprema humilhação, que jamais atingiu o clube, mas que será inevitável se não os dirigentes não caírem na real e promoverem mudanças.
Muitos dirão que o colunista ingeriu um ácido e está viajando. Pois então engrossem a turba que esgota ingressos com antecedência para acompanhar o fim da feira com seus próprios olhos. E depois façam – em desespero – as contas quando restarem 10 partidas para acabar o Brasileiro.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10.
Siga o Jogada10 nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook.
Comentários