O técnico Dorival Jr relembrou matéria antiga da imprensa para rebater as críticas que a Seleção vem sofrendo. Em coletiva nesta segunda (14), véspera do jogo contra o Peru, o treinador falou da vez em que trataram jogadores como Zico, Sócrates e Falcão como ‘bagres’ (veja foto abaixo).
“Eu me lembro de uma matéria, onde alguns membros da imprensa apontavam o baixo nível da Seleção. Que nós não tínhamos mais craques: “Zico, Sócrates, Terezo, Falcão e Zé Sérgio”. Parece que passam anos e nós continuamos batendo nas mesmas teclas. E isso não é nenhum desabafo, mas o que eu quero é o crescimento do futebol brasileiro e nós vamos alcançar tudo isso. Mas a gente pisa no produto que a gente vende. Essa é a grande realidade. E não é só o futebol. Nós fazemos isso com todos os produtos que o brasileiro possui. Tudo aquilo que se destaca, nós pisamos. Estamos vendo o que acontece no nosso país de um modo geral. Só a gente refletir um pouquinho, no futebol não é diferente”, analisou.
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Sem atacante de referência
“De um modo geral, nós sempre demos liberdade para que, independente de nomes que tivessem, eles possam ter uma função inicial de buscarmos inibir a iniciação da equipe adversária. Porém, com toda liberdade para que possam buscar os movimentos dentro da condição de cada um. Nós temos movimentos trabalhados, o que vem sendo mostrado a todo momento. O que ganhamos bastante na última partida foram os movimentos de infiltração, não só com o Igor (Jesus). Mas muito com o Raphinha, Savinho, o próprio Rodrygo buscou. E isso nos proporcionou uma outra condição.”
Mais sobre os atacantes
“Eu acredito que estamos melhorando nesse quesito. Independente de termos um homem de referência nesse instante, buscávamos isso com o Pedro nas convocações anteriores. O que eu vejo é eles poderem ter liberdade de movimento. São jogadores que têm capacidade do ‘um para um’, de trocas de passes, de se aproximarem para tabelas. Eu acho que aos poucos estamos melhorando essa possibilidade de que, a partir do momento de nós não estejamos com bola, que existam movimentos contrários. Uns puxem a marcação para que outros possam buscar infiltração para espaçar as defesas.”
Sete homens de ataque?
“Era justamente a função do Danilo desde a primeira partida (ter um lateral permanecendo na defesa em situação de ataque). É essa função que um dos laterais terá obrigação, de recompor. Nós não vamos alterar essa condição. Alteramos movimentos de ataques, de repente movimentos de amplitudes. Em determinados momentos temos homens abertos e, em outros, temos eles por dentro. Essas são condições que não podemos abrir mão. E temos praticamente três homens na contenção. Nós precisamos estar a todo momento ali com três homens. A função de um dos laterais será justamente isso. Eu quero os dois volantes um pouco mais próximos para eles serem jogadores de transição de bola e procura de passe em profundidade.”
Reconexão com o povo
“Eu acho que estamos procurando fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para facilitar ao público deles estarem mais presentes, mais próximos, os jogadores participarem de toda essa motivação. Estamos procurando fazer com que exista uma integração muito maior. Eles estão dando uma resposta muito positiva e o torcedor está percebendo isso. A maneira com estamos sendo recebidos em todas as partes do Brasil.. e olha que num momento onde nossos resultados não apareceram! E, mesmo assim, tem sido um fator muito positivo. Espero que continuemos e que possamos divulgar isso, valorizar esses aspectos importantes, que têm acontecido internamente com a Seleção, que possamos novamente nos unir em torno da Seleção. A Seleção precisa do seu público e o público precisa da Seleção.”
Três ‘zagueiros’ e chegada ao ataque
“Não podemos abrir mão da amplitude da equipe. Esse terceiro homem é obrigação de um dos dois laterais. A jogada nascendo pelo lado esquerdo (de ataque adversário), é o Vanderson. Nascendo do lado direito, é o Abner. Então o que eu quero é os meus meio-campistas em condições de buscarem infiltrações. Que jogadas possam ter iniciação pelos lados. A passagem por dentro, a chegada ao lado oposto com movimentos. É termos essa paciência do momento certo de buscar a infiltração. A gente está próximo disso aí. Os treinamentos têm mostrado evolução.”
Danilo como capitão
“Não podemos nos esquecer que é um jogador de 11 anos de Europa. Jogando nos maiores clubes do futebol europeu. Aqui no país a gente infelizmente tem dificuldade de entender as condições de um companheiro. O Danilo, para quem não o conhece, é impressionante o que ele ajuda, auxilia e tem contribuído com todos nós. Em todos os sentidos. Ontem mesmo ele teve uma longa conversa com o Vanderson. A todo momento ele está se preocupando em ajudar a achar as correções que estamos precisando. Como todos sabem, é um time em formação.”
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