Pela primeira vez desde que deixou o Flamengo, o técnico Dorival Júnior falou publicamente sobre sua saída do Rubro-Negro. Em entrevista ao programa ‘Seleção Catar’, do canal ‘sportv’, o treinador revelou ter ficado surpreso com a decisão do clube de não contar mais com ele. Na ocasião, o Fla foi atrás de Vitor Pereira, ex-treinador do Corinthians, enquanto ainda tinha conversas abertas para renovar com o próprio Dorival. Dessa forma, ele mesmo decidiu deixar o clube.
“Foi uma surpresa, sendo muito sincero, por tudo que vivemos no Flamengo este ano. Cheguei em junho e o ambiente era preocupante, não era saudável. Não culpando quem tenha saído (Paulo Sousa), jamais. Mas, quando você vai para um novo desafio, precisa ter algo construído na cabeça e não ficar lamentando outra situação, ou o que passou com profissionais anteriores. Nosso trabalho, meu e da equipe, foi de resgatar todos os jogadores”, disse o técnico.
Dorival Júnior chegou ao Flamengo em junho, após a demissão de Paulo Sousa. O português foi bastante criticado por não conseguir bons resultados e a chegada de Dorival recolocou o time no caminho das vitórias e, posteriormente, dos títulos. Assim, a equipe arrancou para as conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores. O técnico diz que esperava ficar na Gávea, mas não se voltou contra a diretoria:
“O que vivi no Flamengo, nesses seis meses, talvez eu não tenha passado na minha vida toda. Mesmo com 13 títulos e cinco vices. Mas a emoção dessas conquistas foi até difícil de mensurar. A diretoria tomou uma posição que eu respeito, não vou criticar. Afinal, estão lá pensando no melhor para o clube. É natural que eu tenha criado uma expectativa de continuar, mas muito pelo ambiente que foi criado”.
Dorival rejeita estrangeiro como técnico da Seleção
Especulado na Seleção Brasileira para substituir Tite, Dorival Júnior ainda não definiu seu futuro. Mas o antigo técnico do Flamengo tem sua opinião sobre o eventual substituto e, de acordo com ele, não deve ser um estrangeiro. O treinador defendeu a contratação de um brasileiro para o novo ciclo da Seleção, após a eliminação da Copa do Mundo.
“Eu não acho que deva ter (um estrangeiro). A não ser que seja o melhor treinador do mundo, que para mim é o Guardiola. Se não for esse cara, não é para ter, é para ser um brasileiro. Ganhamos cinco Copas do Mundo não só porque tínhamos grandes jogadores: sempre tivemos um grande comandante também. Acho que é preciso parar um pouco com isso e olhar um pouco para dentro”, afirmou Dorival, criticando a “caça às bruxas” após cada eliminação do Brasil:
“No futebol, todos temos uma parcela de culpa. Numa vez, o Barbosa é o culpado. Da outra, foi o Felipão. Agora é o Tite. E o aparato envolvido? Assim como, quando ganhamos (em 1994), foi só por causa do Parreira? Não, houve um trabalho que foi complementado. Não vejo treinador brasileiro com toda essa defasagem que falam. Observei trabalhos no exterior e não vi nada diferente do que é feito por aqui”.
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