Durcesio Mello comandará o Botafogo nos próximos quatro anos - Reprodução
Presidente do Botafogo a partir de janeiro de 2021, Durcesio Mello promete colocar o Botafogo no século 21. Tomado por uma estrutura arcaica e longe das exigências da época moderna, o clube parou no tempo e viu os rivais avançarem nos últimos anos. O Alvinegro virou abrigo de cardeais que se perpetuaram no poder e impediram uma mudança mais radical e imperativa. O amadorismo é diagnosticado como o grande fantasma que passeia por General Severiano e Estádio Nilton Santos. É a causa concreta das incontáveis penhoras que impedem o Glorioso de engordar as receitas e tornar-se mais competitivo. A dívida chega à casa de R$ 1 bilhão. Urge uma negociação inteligente com os credores para retomar a credibilidade.
A nova gestão pretende reaproximar os irmãos Walter e João Moreira Salles do Botafogo, afastados por conta de divergências com o mandato de Nelson Mufarrej. Classificados por Durcesio como “anjos”, eles terão carta-branca para conduzir as reformas do CT de Vargem Grande e devem arcar com os custos do empreendimento, lançado pelo ex-presidente Carlos Eduardo Pereira e não entregue conforme o prazo planejado. Contar com um Centro de Treinamentos de excelência é fundamental para alavancar as categorias de base, revelar garotos para o profissional e até vendê-los depois (mas é preciso saber fazê-lo, como não vem acontecendo).
Durcesio Mello repete a palavra “profissionalização” o tempo todo. O engenheiro fala em enxugar as vice-presidências e diminuir a interferência de dirigentes amadores no clube, aqueles não remunerados e com atividades paralelas. A busca por um CEO é a prioridade número 1 de seu plano de governo e norteia o período da transição de poder. Com o diretor-geral à frente do marketing, comercial, financeiro e administrativo do futebol, o novo presidente terá a missão de tornar o Botafogo atraente para os investidores e solidificar o projeto S/A.
O discurso foi bem elaborado e convenceu os sócios. No dia 4 de janeiro, Durcesio toma posse no momento em que o clube necessita, mais do que nunca, de uma ruptura. As promessas estão na mesa. Se chegar a dezembro de 2023 com boa parte delas cumpridas, o mandatário garante capital político e mantém o facho de luz da Estrela Solitária. O Glorioso não ressurgirá da noite para o dia, porém, vivo, é uma marca forte, defendida por 4 milhões de torcedores. O jogo mais importante da história do Botafogo está prestes a ter o pontapé inicial.
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