O Botafogo vive a expectativa de consagrar a temporada com o título do Campeonato Brasileiro. E um nome muito importante dessa engrenagem, que contribuiu diretamente para tantos pontos conquistados, é Eduardo. O meia, aliás, é o cérebro ofensivo e principal criador de jogadas da equipe. O camisa 33 revelou bastidores da sua chegada ao Rio de Janeiro e as dificuldades que encontrou em um Alvinegro totalmente reformulado, de cara nova para a disputa da Série A do Brasileiro.

“Quando cheguei, foi uma mudança radical do time e do elenco. Chegaram 12 ou 13 jogadores, para ter entrosamento rápido é muito difícil. Sofremos um pouquinho ano passado, classificamos à Sul-Americana. Passei por uma cirurgia, falei que esse ano ia ser diferente, porque os jogadores já se conheciam, havia o entrosamento (…) O Botafogo tem voltado a ser o de antigamente, fico feliz em participar da reformulação, dos jogadores, é importante para o clube e para o país. Nos anos anteriores o clube deixou a desejar, mas com John (Textor) as coisas estão correndo muito bem e muito rápido. A tendência é só melhorar”, frisou o camisa 33.”, disse, em entrevista ao Bola da Vez, da “ESPN”, para em seguida elogiar o grupo.

“O elenco é muito bom, de pessoas querendo o bem do clube, trabalhar mesmo. Quando tivemos nosso estádio e o Brasileiro começou, foi a mudança mais importante. Logo estávamos vencendo e convencendo. Esse foi o segredo. A manutenção dos jogadores e do treinador foi importante. E jogar com a nossa torcida”, completou.

 

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Decisão de ir para o Botafogo

Contratado na segunda leva de jogadores de 2022, na metade do ano, Carlos Eduardo, como era conhecido no futebol, pediu para ser chamado apenas de Eduardo. Aliás, ele iniciou a trajetória no clube simultaneamente a outros nomes fundamentais do time na atualidade, como Perri e Tiquinho. O meia comentou sobre como decorreu a negociação até o acerto para vir ao Alvinegro.

“Tive a proposta do Botafogo, conversei com (André) Mazzuco (diretor executivo de futebol), me passou os planos do clube, o objetivo. Isso me tranquilizou bastante. Já ouvia falar das histórias difíceis do Botafogo, mas com a SAF é totalmente diferente. Quando me foi passado o projeto, falei ‘vou encarar, é um projeto muito bacana’, revelou, comentando depois a possibilidade de retorno ao passado glorioso do clube.

Eduardo se adapta ao Botafogo e revela expectativa de evolução ainda maior no clube – Foto: Vítor Silva/Botafogo

Desejo de voltar ao Brasil

Mas, no início, nem tudo saiu conforme o esperado. Foram alguns meses de adaptação e de ter a necessidade de mostrar as credencias para a torcida. Afinal, Eduardo passou por equipes importantes do futebol mundial, como Porto (POR), Nice (FRA) e Al Hilal (SAU), porém, ainda era pouco conhecido no Brasil. À medida em que o tempo foi passando, começou a desempenhar melhor e, portanto, caiu nas graças dos torcedores. Ele tinha, inclusive, o desejo de retornar ao país.

“Por tudo que eu tinha feito lá fora, os anos na Europa, na Arábia, ficou esse gostinho de querer voltar, em outro nível, porque saí daqui com 18 para 19 anos, passei por muitas coisas, amadureci. Voltar mais experiente foi muito legal, tinha essa dívida comigo mesmo de jogar no Brasil, entender como está o futebol brasileiro. Aliás, foi uma decisão muito fácil, abri mão de mais um ano de contrato, de dinheiro, porque chegou o momento de voltar”, destacou.

Eduardo, Botafogo
Eduardo se consolida como titular absoluto do Botafogo na temporada – Foto: Vítor Silva/Botafogo

Conselho de Parreira no início da carreira

Por ter saído do país ainda muito jovem, Eduardo admitiu que não havia adquirido a experiência necessária para atuar no futebol estrangeiro. Tanto é que, segundo o próprio jogador, passou várias semanas sem sequer entrar em campo, pelo fato de não compreender da melhor forma as funções que os treinadores pediam. Ele também enfatiza que um conselho de Carlos Alberto Parreira, campeão da Copa do Mundo de 1994, o fez melhorar e crescer em seu início, no Fluminense, em 2009.

“O que aprendi muito quando estive na Europa, no Estoril, foi realmente a parte tática. Aqui jogava e não entendia muito esse lado tático. Sofri muitos nos primeiros seis meses, não atuava. Quando entendi, aprendi a ter esse espaço da parte tática, tudo mudou, fui me tornando mais experiente, sabendo o que fazer. Antes, no Fluminense, com 18 anos, tinha cãibra com 60 minutos, porque queria correr o campo todo. Parreira chegou e falou ‘meu garoto, não precisa correr tanto, é só cumprir o seu papel’. Hoje me sinto muito melhor que com 23, 24 anos. Acabo o jogo não fico desgastado como ficava naquela época”, declarou o meia.

Botafogo x Cuiabá

O Botafogo segue a preparação para o jogo diante do Cuiabá, que acontece no domingo (29), às 20h, no Nilton Santos, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro. Depois do adiamento da partida contra o Fortaleza, o técnico Lucio Flavio deve manter a equipe base, inclusive, com Eduardo de titular, para seguir na reta final da busca pelo título. Apenas uma mudança terá de ser feita feita: Victor Sá fica fora por suspensão e, assim, Luis Henrique entra em sua vaga.

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