Eis a questão para Luxemburgo: escalar Benítez, ou não?

A torcida do Vasco está muito feliz com o retorno de Martín Benítez e isso é inegável. Mas o que se passa agora na cabeça dos cruz-maltinos é se seu camisa 10 terá, de início, vaga cativa no time do técnico Vanderlei Luxemburgo. Um jogador com sua capacidade naturalmente deveria ser titular, visto, inclusive, o esforço que o Vasco fez para trazê-lo de volta. Mas, para o treinador, a história é não é bem assim:

“Quando o time está encaixado, você precisa respeitar os jogadores que encaixaram com a equipe. Ninguém tem vaga cativa no time”, disse Luxemburgo na volta do jogador.

Nas duas partidas em que Luxa comandou a equipe de São Januário, utilizou um esquema com três volantes e três atacantes. Para Benítez entrar, precisaria sacar um dos volantes (Bruno Gomes, Juninho ou Leo Gil), ou um dos pontas (Yago Pikachu ou Talles Magno). Porém, vamos analisar cada caso e tentar ajudar Luxemburgo nessa famosa “dor de cabeça boa”.

Ben10 no lugar de um dos volantes

Apesar de contribuir com qualidade no passe e possíveis chegadas perigosas à frente, a entrada de Benítez no lugar de um dos três cabeças de área traria, possivelmente, um desequilíbrio na equipe. Isto porque Bruno Gomes, Juninho e Leo Gil participam intensamente de todas as fases do jogo; seja defensiva ou ofensiva.

Se Luxa escalasse o camisa 10 desde o início no lugar de um dos três, por sua característica muito mais ofensiva do que o contrário, iria precisar sobrecarregar os dois restantes, fazendo com que, possivelmente, Talles Magno e Yago Pikachu tenham que participar mais da fase defensiva. Ou seja: mudança brusca em relação aos jogos contra o Atlético-GO (0 a 0) e Botafogo (3 a 0).

Outra opção seria simplesmente mandá-lo fazer as mesmas funções de um dos volantes, obrigando-o a marcar incansavelmente, o que, sabidamente, não é a melhor das características do camisa 10. A opção pode ser interessante contra times que possuem menor posse de bola, como Goiás, Ceará, Sport e o próprio Coritiba, adversário da próxima rodada (sábado, 16, em São Januário).

Benítez no ataque pelo lado

Uma das primeiras críticas ao trabalho do técnico português Ricardo Sá Pinto foi quando ele insistiu em escalar o argentino pelo lado direito do campo. Com um jogador da qualidade de Benítez preso a apenas um dos lados do campo, o time perde quando opta pelo lado oposto para atacar. Mas com Luxa, Yago Pikachu, responsável pela ponta direita, tem tido liberdade para aparecer mais no meio, sem ficar acorrentado à linha lateral. Esse seria um cenário interessante para a entrada do meia argentino, porém, devemos lembrar que o “Pokémon” é um dos talismãs de Luxemburgo. Não à toa, voltou a jogar duas partidas seguidas como titular pela primeira vez desde setembro.

Já tirar o atacante Talles Magno é algo que, mesmo sendo uma opção, é muito difícil de pensar, visto as boas atuações da jovem promessa desde o retorno do treinador, principalmente no último jogo, contra o Botafogo, quando marcou um gol, participou de outro, além das jogadas de habilidade, que estavam em falta e, finalmente, voltaram a aparecer.

Opção no segundo tempo

Dos 26 jogos que fez pelo Vasco, Benítez foi titular em 22, mas só terminou sete deles. Ou seja: 69,2% das vezes em que saiu jogando foi substituído. Sua média em campo é de 73 minutos por jogo. Um dos cenários que, com esses números em mente, pode ser opção, é o de Benítez começar no banco e entrar no decorrer dos jogos, não deixando a peteca cair nos momentos agudos.

Um dos problemas vistos no duelo contra o Atlético-GO, quando o Vasco fez um belo primeiro tempo, foi o cansaço do trio meio-campista nos 45 minutos finais e, consequentemente, a queda de rendimento do time como um todo. Com Ben10 como opção para entrar, o Cruz-Maltino poderia ter uma boa chance de manter o nível e, em jogos mais truncados, conseguir tirar um coelho da cartola e, assim, pontuar mais.

E aí, Luxa? Qual será sua escolha?