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Abel sempre avisou que tinha um plano. Ao perder para o São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro, há dez dias da decisão, com reservas no Allianz Parque, o treinador gerou a ira de muitos, mas avisou: “Temos um plano e vamos segui-lo até o fim”. Pouco importava para ele a luta do rival contra o rebaixamento. O foco era se preparar bem para a final da Libertadores. Mas como foi construído este plano?

Abel Ferreira conquistou sua segunda Copa Libertadores no comando do Palmeiras – Ernesto Ryan/Getty Images

Por conta da sequência de jogos a cada três dias, a comissão técnica do Verdão tomou a decisão de nas últimas quatro partidas antes da decisão, dividir o elenco em dois: os titulares atuariam contra Fluminense e Fortaleza, e os reservas contra São Paulo e Atlético-MG. Os jogadores foram avisados de que a ideia era deixar todos em boas condições de jogo.

A parte seguinte do plano se passou mais pela estratégia tática. Aquilo que era a principal dúvida dos torcedores, na cabeça de Abel nunca foi o problema: a lateral direita. Sem Marcos Rocha, suspenso, o técnico não titubeou e escolheu Mayke, a ponto de nem testar Gabriel Menino antes do jogo contra o Flamengo.

A formação, que teoricamente seria ofensiva, se mostrou o oposto quando Gustavo Scarpa virou praticamente um segundo lateral-esquerdo. A ideia foi diminuir os espaços e, com menos posse de bola, aproveitar as deficiências defensivas do Flamengo, ainda que alguns jogadores ficassem fora das funções em que estão confortáveis, como foi o próprio caso de Scarpa.

“Coloquei todos numa sala e disse: “Vou fazer isto”. Que queria fazer isto, isto e isto. Mas que só o faço se todos se sentirem confortáveis. Se estiverem dispostos a cada um cumprir sua missão. Tivemos um dos capitães que só respondeu assim: “Se é para ganhar, cada um aqui vai fazer o que for preciso”. Esta é a forma que eu encontro de derrotar um rival muito qualificado”, afirmou Abel após a final.

Em apenas um ano de Palmeiras, o comandante português  já se colocou entre os grandes técnicos da história do clube, em um grupo que tem nomes como Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari, ao conquistar sua segunda Copa Libertadores. Ele tem um plano.

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