O Ministério Público da Argentina deve chamar, nos próximos dias, as enfermeiras que cuidaram de Maradona nas últimas horas de vida do ídolo argentino, morto na quarta-feira. As autoridades voltam suas atenções neste momento para um laudo fornecido por um enfermeira, que teria sido elaborado por imposição da empresa médica que prestava serviço à família do craque. Os promotores também aguardam exames complementares da necropsia para saber se houve um fator determinante para a morte do ídolo .

Cerimônia de sepultamento de Maradona foi realizada com a presença de amigos, familiares e poucas autoridades

A enfermeira Dahiana Gisela Madrid reconheceu, em depoimento formal, que escreveu um relatório por imposição de seus superiores da empresa Medidom. Nesse relatório, ela disse aos investigadores que afirmou falsamente, sob as instruções de seus chefes, que às 9h20 ela havia entrado na sala para fazer uma verificação de sinais vitais, mas Maradona recusou. Em seu depoimento juramentado, na companhia de um advogado, ela revelou que naquela manhã ouviu movimentos na sala, mas que o deixou descansar e só voltou ao meio-dia, quando chegaram a psiquiatra Agustina Cosachov e o psicólogo Carlos Díaz.

“Decidimos fazer uma pausa nos depoimentos. É hora de analisar em profundidade todas as provas documentais que coletamos, para poder confrontá-las com o que as testemunhas nos contam a partir de agora. A morte de Maradona é um caso complexo e merece investigação completa”, disse um dos promotores do Ministério Público argentino, em entrevista ao jornal ‘Clarín’.

Segundo a imprensa argentina, as autoridades já tiveram acesso à lista de medicamentos fornecidos pelo plano de saúde de Maradona, o histórico médico de Maradona e o prontuário de suas recentes hospitalizações. Na última delas, há 20 dias, ele foi operado para a drenagem de um hematoma na cabeça. Os laudos feitos pelas enfermeiras que o acompanhavam em casa também serão adicionados à investigação.

O relatório preliminar da necropsia determinou que Maradona morreu em decorrência de “edema agudo de pulmão secundário a uma insuficiência cardíaca crônica exacerbada”, influenciada por uma “cardiomiopatia dilatada”.

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