O Vasco viu a turbulência extracampo que rondava o clube por anos diminuir consideravelmente após a 777 Partners assumir o comando do departamento de futebol. Contudo, o Cruz-Maltino viu fantasmas de cobranças de dívidas retornarem. Isso porque, recentemente, o goleiro Fernando Miguel e o centroavante Cano acionaram a Justiça para cobrar pouco mais de R$ 1,6 milhões.
Aliás, os processos estão em andamento e ainda passam por julgamento. Caso o clube seja condenado, os dois jogadores entrarão na fila de credores para receber. A SAF vem quitando débitos com jogadores que atuaram pelo clube por intermédio do método de Regime Centralizado de Execuções (RCE).
No momento em que estava conversando para comprar 70% da SAF cruz-maltina, a 777 Partners deu sinal positivo para a inclusão do pagamento de dívidas do associativo. No caso, a proposta era abranger os débitos do clube de São Januário em todos os âmbitos, mas com um limite de R$ 700 milhões.
Limite de dívidas do Vasco já ultrapassado
Ainda assim, a grande questão é que quando o Vasco acertou a venda das ações da SAF para a empresa, esse valor já estava acima do limite. No último balanço patrimonial, levando em consideração números de junho de 2022, a dívida girava em torno de R$ 720 milhões.
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Entretanto, levaram em consideração nesse cálculo os “saldos de contas a receber”.
“Vale ressaltar que a negociação com a 777 Partners considerou que os saldos das contas a receber detidas pelo Clube, para fins de cálculo da Dívida Líquida, na definição do teto de R$ 700 milhões a serem assumidos pela SAF. Assim, apesar do valor de Dívida Líquida no Balanço somar R$ 720 milhões, a SAF assume integralmente o endividamento e se constituirá um valor de crédito a favor da Associação Vasco da Gama”, diz trecho do relatório feito pelo clube.
Portanto, caso o Vasco tenha direito a receber algum valor de um credor antes do estabelecimento da sociedade anônima, esse dinheiro irá para a conta da SAF. Como forma de reembolso, o clube receberá um valor de crédito dentro da sociedade. Dessa forma, a dívida líquida de R$ 720 milhões é de total responsabilidade da SAF.
Soluções para impasse
Caso a dívida passe do limite em acordo, o Cruz-Maltino terá duas soluções: o clube pagar o valor excedente ou encaminhar a responsabilidade da quantia à SAF. Caso a opção escolhida seja a segunda, consequentemente parte do valores envolvendo a sociedade vão diminuir. Tanto no investimento planejado para as próximas temporadas ou até mesmo a locação de São Januário.
O comunicado da Comissão Especial do Conselho Deliberativo aborda o tema na página 24:
“Haverá uma conta de compensação entre a Companhia e o CRVG, para apurar dívidas do CRVG que eventualmente venham a ser pagas pela Companhia e que (i) antecedam o fechamento e excedam os R$ 700.000.000,00 e/ou (ii) sejam imputáveis a fatos geradores ocorridos após o fechamento. A Companhia deduzirá o valor de 50% das remunerações por ela devidas ao CRVG (dividendos, locação, royalties, entre outras), até um determinado teto (‘Valor Não Reembolsado’).
Caso o Valor Não Reembolsado seja igual ou superior ao teto, o montante poderá ser deduzido dos Compromissos de Futebol e/ou dará a possibilidade ao investidor de exercer uma opção de compra de ações de titularidade Associação, até o limite de 10% do capital social da Companhia, de acordo com o valor de mercado da Companhia na data do exercício da opção de compra, para a devida compensação do Valor Não Reembolsado. O valor deduzido dos Compromissos de Futebol não configura quitação do Valor Não Reembolsado”.
Vasco vem reduzindo suas dívidas
Vale destacar que a dívida total de um clube é variável, pode amentar já que há a aplicação de juros e novas ações na Justiça surgindo. Como também ocorrer a redução, já que há a possibilidade das partes entrando em acordo e a retirada de ações no Tribunal. A intenção da diretoria do Vasco é seguir diminuindo suas obrigações financeiras com credores.
Ainda assim, o departamento jurídico do Cruz-Maltino está trabalhando nesta missão. O clube deu fim à dívida de R$ 5 milhões que tinha com o ex-atacante Máxi López. De forma frequente está depositando 20% de sua renda mensal nas contas destinadas à Justiça. Mais de R$ 30 milhões já foram pagos a quem tinha direito desde que recebeu o sinal positivo para a centralização de dívidas.
O próximo passo que o Vasco pretende dar é receber uma notificação positiva a respeito do pagamento de credores na Câmara Nacional de Resoluções de Disputas. Assim, o Cruz-Maltino vai conseguir sistematizar suas dívidas. Com isso, não terá mais a chance de sofrer sentenças como o transfer ban, que é a proibição por parte da Fifa de inscrever novos jogadores.
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