Messi é a nova estrela do Paris Saint-Germain. O clube francês, que já conta com craques como Neymar e Mbappé, reforçou ainda mais o seu elenco com a aquisição do craque argentino, que se despediu do Barcelona após 17 temporadas na Catalunha.

O Barcelona enfrenta uma crise financeira e, por isso, não conseguiu renovar com o craque argentino. Sem querer ceder os seus direitos para o fundo de investimentos que adquiriu parte da La Liga (CVC), os blaugranas não tinham como manter Messi sem ferir o Fair Play financeiro.

Messi foi apresentado no Paris Saint-Germain – Foto: Bertrand Guay/AFP

Com o Manchester City fora da disputa após investir 117 milhões de euros (R$ 724 milhões) no meia Grealish, o PSG ficou com caminho livre para acertar com Messi. A boa relação do argentino com Neymar, Di Maria, Paredes e outros jogadores do elenco parisiense pesou sobre a decisão de tornar Paris a sua nova casa.

O acerto do PSG com Messi levantou uma discussão sobre o Fair Play financeiro da Uefa. Como é possível um clube, que conta com Neymar, Mbappé, Donnarumma, Sergio Ramos e Wijnaldum, conseguir contratar um jogador do calibre do argentino? Amir Somoggi, especialista em Marketing e Gestão Esportiva, além de sócio da Sports Value Marketing Esportivo, explicou ao Jogada10.

“São várias questões que diferem o Barcelona e o PSG no momento. Mas, antes de tudo, temos que falar das estruturas. O PSG é um clube de um dono. É um clube/estado. O fundo do Qatar, que é dono do PSG, administra 400 bilhões de dólares (R$ 2 bi) em ativos. O PSG é nada para o tamanho de volume que eles têm”, disse.

A crise financeira tem atormentado o Camp Nou nos últimos anos, algo que mudou a maneira de o Barcelona agir no mercado. Na última temporada, os catalães se movimentaram pouco e apostaram suas fichas no talento de Messi e em jovens da base, como Pedri, Fati, Mingueza e Puig. Reforços? Somente sem custos, como De Jong, em 2020, e Agüero e Depay, em 2021. Mesmo assim, não foi possível manter o maior ídolo.

“O Barcelona está pagando uma fatura muito alta das contratações de Coutinho, Dembele, Griezmann e cia. O Barça fez loucuras financeiras, e a projeção é que o clube feche o ano com 486 milhões de euros (R$ 2,9 bilhões) de prejuízo. A situação financeira é dramática. Nenhum clube suporta um prejuízo de meio bilhão de euros (R$ 3 bi) em um ano. Eles estão fazendo de tudo para reduzir a folha e conseguir equilibrar as finanças, algo que parece ser bastante difícil”, explicou Somoggi.

Messi decidiu manter a camisa 10 com Neymar e optou em utilizar o número 30 – Foto: Federico Pestellini / Imago Images

Mas Jogada10, como é possível pagar altos salários por Neymar, Mbappé, Sergio Ramos, Donnarumma e, agora, Messi? É simples. Apesar dos impostos da França, que são maiores que da Espanha, o PSG tem uma situação financeira mais confortável, com as dívidas amortizadas, diferentemente do Barcelona.

Na última temporada, Messi recebeu cerca de 71 milhões de euros (R$ 434 milhões) de salário. Para renovar com o Barcelona, o argentino aceitou reduzir a quantia em 50%, algo em torno de 36 milhões de euros (R$ 220 milhões) anualmente. Mesmo assim, não foi possível assinar um novo vínculo. Para jogar pelo PSG, o craque aceitou receber entre 35 e 40 milhões de euros (entre R$ 214 e R$ 245 milhões). Neymar, por exemplo, recebe 37 milhões de euros (R$ 226 milhões) por ano.

“Messi ganhava 130 milhões de euros (R$ 797,6 mi) brutos. Na Espanha, os impostos são altos, mas, na França, são maiores. Pode chegar até 90%. O contrato que o Messi tem com o PSG não é tão maior ao que tinha com o Barça, mas o PSG, além do dinheiro do dono, tem uma situação financeira mais confortável. Os franceses já tinham feito a contratação do Neymar (em 2017) e estão pagando amortizado e não pagam caro pelo Dembélé”, finalizou Somoggi.

Com Messi, o PSG desponta como o favorito para conquistar o Campeonato Francês e a Liga dos Campeões da Europa. Nesta janela de transferências, o clube contratou o goleiro Donnarumma, o lateral-direito Hakimi, o zagueiro Sergio Ramos e o meia Wijnaldum sem custos. Além disso, manteve jogadores como Neymar, Mbappé, Di Maria, Verratti, Marquinhos e Navas. Na estreia, no Francês, venceu o Troyes por 2 a 1, ainda sem força máxima à disposição do técnico Maurício Pochettino.

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