O Atlético está mais próximo de se tornar clube-empresa. O próximo passo é o assunto ser discutido oficialmente no Conselho Deliberativo, que aprovou nesta semana o orçamento para 2023, já projetando o cenário com o Sociedade Anônima do Futebol no Galo. Nesta sexta-feira (2/12), Jorge Braga, ex-CEO do Botafogo, comentou a respeito de SAF atleticana.

Segundo um dos articuladores da SAF que chegou ao Botafogo em 2022, a transformação em clube-empresa é um “movimento emblemático” e imprescindível para quem pretende grandes voos no cenário esportivo.

Jorge Braga, ex-CEO do Glorioso – Vitor Silva/Botafogo

O desafio é administrar um endividamento global de grandes proporções, justamente a situação do Atlético, com dívida de R$ 1,5 bilhão, mas que não recua no investimento para o futebol. Nesse sentido, o endividamento não tem sido obstáculo para o Galo competir nas cabeças dos torneios, na companhia de Flamengo e Palmeiras.

“Acho emblemático o movimento de um clube dessa magnitude, que se antecipa a um problema que certamente vai assolar todos os clubes endividados no Brasil, em se programar desta maneira. Como vimos em outros países no mundo, quem sai na frente vai beber água limpa”, destacou Braga.

Os responsáveis pela gestão do Atlético são favoráveis da implementação da SAF. O clube vendeu 49,9% do Shopping Diamond Mall por R$ 340 milhões para abater a dívida gigantesca que implica em aproximadamente R$ 8 milhões por mês somente em juros e encargos.

Prós e contras da SAF no Atlético

O grupo investidor já consolidado para se tornar sócio majoritário da SAF – mas ainda com o nome mantido sob sigilo – ficará obrigado por lei a fazer o aporte financeiro necessário para o futebol do Galo, cuja folha salarial está em R$ 18 milhões mensais.

“Vão precisar de capacidade para enfrentar de forma profissional o crescimento acelerado da dívida, sem abrir mão de um projeto esportivo ambicioso. E é improvável conseguir isso sem a entrada de novos recursos, em quantidade e perfil adequado. Ou seja, através da chegada de novos investidores profissionais que demandam garantias e previsibilidade jurídica. E que são mais facilmente obtidas pela constituição de uma SAF”, explicou.

Por fim, Jorge Braga mencionou os prós e contras do modelo de adoção da SAF.

“O que não se percebe é que a SAF traz muitas vantagens. Mas também muitas das obrigações do mundo corporativo para o dia a dia do futebol. Estamos falando de falência, responsabilidade civil, patrimonial e criminal dos sócios, que passam a ser um risco real. É diferente do que acontece com associações civis (clubes) no Brasil. Na SAF a coisa fica muito mais séria”, concluiu.

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