Ex-Flamengo, Ederson diz que mesmo com dores, era ‘obrigado a treinar’ pelo departamento médico

Depois do zagueiro Dener, criado nas categorias de base do Flamengo, publicar em suas redes sociais no último domingo (3), que encerraria a sua carreira de jogador, “após uma cirurgia e uma recuperação mal sucedida por irresponsabilidades e negligências”, o ex-jogador Ederson, que atuou no clube entre 2015 e 2018, se solidarizou com o jovem e fez duras críticas ao departamento médico do Rubro-Negro.

“Sofri com dores absurdas durante meses. Tive que encerrar a minha carreira também por culpa daquelas incompetentes. Só faltaram dizer que eu estava louco.”, postou o ex-jogador do Flamengo no Instagram.

Nesta quarta-feira (6), o ex-jogador do Flamengo concedeu uma entrevista à “ESPN”, na qual disse que enfrentou situações muito difíceis com o departamento médico rubro-negro e afirmou que ao procurar um tratamento fora do clube, foi informado de que teria o contrato rescindido. Ederson disse ainda que mesmo com dores, era obrigado a treinar pelo DM.

“Na minha primeira lesão no Flamengo, houve muitos erros de diagnostico, problemas de informações e mesmo com muita dor, o clube me obrigava a treinar. Na minha segunda contusão, no menisco, eles fizeram a mesma coisa. Quando fui procurar outros especialistas, fora do clube, disseram que eu deveria repousar por três meses e pelo contrário, eu fui forçado a treinar mesmo com dores. O doutor Márcio Tannure me passou um remédio que era apenas um paliativo e não tinha nenhum efeito positivo.”

Ao ser questionado sobre a exposição do caso, o ex-jogador afirmou que a intenção dele era apenas dar apoio ao jovem Dener e que na época, optou em ficar quieto para não desestabilizar o ambiente do clube e garantiu que teve de pagar por todo processo cirúrgico que envolveu o seu câncer no testículo, por optar em escolher profissionais que não trabalhavam para o Flamengo.

“Só eu sei o que eu passei nas minhas lesões, com o departamento médico do Flamengo, mas eu optei em ficar quieto naquela época, não queria desestabilizar o grupo e por isso não fui à imprensa. Depois ainda tive a notícia do câncer no testículo, foi um momento muito delicado, estive entre a vida e a morte, mas muitas pessoas do Flamengo me ajudaram e deram apoio. Mas com tudo o que eu já tinha passado com questões médicas no Flamengo, eu fui firme na decisão e optei em fazer a cirurgia fora do clube, sem apoio financeiro do Flamengo. O torcedor não sabe, mas fui eu que paguei por tudo relacionado a essa cirurgia. Hoje eu sei que tomei a decisão certa e os erros do passado me provam que eu fiz o que precisava ser feito.”, desabafou Ederson.

Para finalizar, Ederson revelou toda sua gratidão ao Flamengo, independente dos contratempos com o departamento médico, e agradeceu ao torcedor rubro-negro pelo tempo em que esteve no clube.

“Sou muito grato ao Flamengo, à Nação, agradeço muito pelo tempo que pude vestir a camisa de um clube dessa grandeza. Fico triste apenas com o caso de desentendimento com o chefe do departamento médico do clube.”, concluiu o ex-jogador do Rubro-Negro.