Palmeiras

Ex-lateral do Palmeiras não vê problema de o Verdão jogar por uma bola na final

De 1978 ao final de 1981 a lateral esquerda do Palmeiras era ocupada por Pedrinho, que travava duelos memoráveis com o futuro “Maestro” Junior, do Flamengo. Chegou a goleá-lo em pleno Maracanã. Hoje empresário e com o projeto de montar um clube-empresa na cidade de Itaguaí, Pedrinho Vicençote conversou com o Jogada10 e, apesar de seu passado alviverde, não negou o favoritismo do Flamengo na decisão de sábado. Segundo ele, para levantar a Libertadores novamente o Palmeiras vai ter que jogar “por uma bola”. Mas o título pode ir, sim, para a capital paulista: “A equipe precisa acreditar, o futebol reserva surpresas”.

J10 – Como você vê essa decisão de Libertadores? A balança pende para algum lado?

Pedrinho – O fato de ser jogo único muda um pouco o cenário do que tenderia a acontecer, mas é inegável que hoje o Flamengo está com um time bem mais encorpado do que o do Palmeiras.

J10 – Questão de favoritismo, então, para o lado rubro-negro?

Pedrinho – Não aposto em quem vai se sagrar campeão, mas se existe algum favorito, esse é o Flamengo.

Ex-Palmeiras, Pedrinho Vicençote é hoje empresário – Youtube/Museu da Pelada

J10 – O Verdão pode se aproveitar disso e entrar como franco-atirador?

Pedrinho – Com certeza. Não é segredo que o Palmeiras vai jogar recuado, tentando encurtar os espaços. Não vejo como encarar esse jogo de forma diferente.

J10 – Perspectiva de goleada, como ocorreu com o seu Palmeiras duas vezes, ganhando de 4 a 1 no Rio em 1979 e perdendo de 6 a 2 no ano seguinte?

Pedrinho – O Flamengo é extremamente ofensivo e, provavelmente, vai tentar abrir vantagem nos primeiros 15 ou 20 minutos. Mesmo que consiga, não é de administrar resultado, o que abre brechas para o Palmeiras tentar a sorte. Se vai ter goleada eu não sei, mas é jogo para gols.

J10 – A torcida alviverde nunca se esquece de 1979, quando vocês fizeram história contra o Flamengo de Zico e Cia em pleno Maracanã (vitória por 4 a 1). Aquela surpresa pode, então, se repetir?

Pedrinho – Naquele ano a gente vinha jogando um Brasileiro muito bom. Fomos para o Maracanã sabendo que que tínhamos condições de vencer. O Flamengo possuía boas peças, mas não era ainda aquele timaço de 1981. Estávamos bem montados, sem grandes individualidades, mas sob a batuta do Telê (Santana), que sempre foi mestre em fazer seus times jogarem muita bola. O Palmeiras entrou em campo para jogar, não era time para administrar 1 a 0. Com a posse da bola a gente ia para cima mesmo, era ordem do treinador. Naquele ano fizemos 4 a 1, 5 a 1, 5 a 0. Mesmo sem grandes talentos. Tanto que o nosso destaque era o Jorge Mendonça, que estava em fase excelente, mas longe de ser um Zico.

J10 – Naquela época, olhando para os dois laterais-esquerdos, víamos você contra o Junior, um monstro sagrado do futebol mundial. Inclusive, você era o reserva dele na inesquecível seleção de 1982. Como era o duelo pessoal entre vocês?

Pedrinho – A gente disputava a posição de titular da seleção com outros fortes concorrentes. Como o Wladimir, do Corinthians, e o próprio Marco Antônio (reserva no Tri da Copa de 1970), que estava no Vasco. Havia no país mais laterais de bom nível pela esquerda do que pela direita. Até mais ou menos 1981, o Brasil ainda buscava um titular para a lateral direita e na cabeça do Telê, que me conhecia bem, chegou a passar a hipótese de colocar o Junior daquele lado para me deixar titular da esquerda na Copa da Espanha. Até que surgiu o Leandro. Com ele de um lado e o Junior de outro, o Flamengo de 1981 ganhou destaque e, verdade seja dita, o Junior se encontrava em uma posição superior a mim realmente em 1982, quando me transferi para o Vasco.

J10 – E agora, como enxerga o confronto entre os dois laterais-esquerdos atuais?

Pedrinho – Ainda não sei quem o Abel Ferreira vai colocar no Palmeiras, talvez o uruguaio Piquerez. Mas o Filipe Luís é um jogador completo. Experiente, quase não erra. Nessa briga o Flamengo leva vantagem.

J10 – O que o Palmeiras deve fazer para neutralizar tantas armas ofensivas do Flamengo?

Pedrinho – É preciso repetir o que ele fez contra o Atlético Mineiro. Na soma daqueles dois jogos, o Atlético teve ampla vantagem, até porque é mais time no momento. O negócio é tentar jogar por uma bola, saber que vai sofrer durante o jogo e acreditar que, em algum momento, o tal do futebol pode reservar uma de suas surpresas. Se tentar jogar de igual para igual, o favoritismo do Flamengo aumenta. Mas vou torcer para que corra tudo bem com o Verdão.

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Leo Pereira

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