O ex-presidente do Vasco, Alexandre Campello, fez duras críticas a atual gestão do clube associativo. Em participação no podcast ‘Fora do Jogo’, o dirigente acusou a administração de Jorge Salgado de planejar  a queda para a Série B para transformá-lo em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Isso porque, o principal objetivo seria lucrar com a venda das ações do departamento de futebol para a 777 Partners. Segundo ele, a comissão interna para a negociação deste porte seria de R$ 28 milhões.

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“Havia interesses em vender o clube. Por isso, derrubaram o time e o mantiveram na Segunda Divisão. Sabe qual é a comissão da captação de recursos? Se não me falhe a memória, é algo em torno de 4%. E 4% de R$ 700 milhões (valor-base do aporte no futebol) são R$ 28 milhões. (…) Eu sou contra a SAF porque é uma solução imediata, mas não é a melhor solução ao meu ver”, denunciou Campello.

Médico do Vasco por mais de 20 anos, Campello foi presidente entre 2018 e 2020. O rebaixamento de 2020 só foi consumado em fevereiro de 2021, por causa do interrupção das atividades devido à pandemia. Quando sua gestão deixou o clube, em janeiro, o time já estava na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Portanto, havia uma possibilidade relevante de queda.

Alexandre Campello foi presidente do Vasco por apenas um mandato, entre 2018 e 2021  – Reprodução/VascoTV

Fluminense como exemplo a ser seguido pelo Vasco

Em seguida, com o objetivo de reforçar o seu argumento, o ex-presidente citou o caso de um rival carioca que estava em situação financeira pior em comparação com a do Vasco. Segundo ele, o Fluminense seguiu a cartilha de outros clubes grandes para ter sucesso em seu processo de recuperação e não precisar perder a autonomia nas decisões com a venda.

“Nós que conhecemos e militamos no futebol há muitos anos, temos acompanhado diversos clubes que estiveram endividados e que continuam sobrevivendo até hoje. Principalmente clubes grandes, eles não quebram, não fecham as portas. Me diz qual equipe de expressão que passou por isso? Nenhuma. Aqui no Rio mesmo, nós temos o exemplo de um clube que tinha mais dívida do que o Vasco e que vive uma boa situação esportiva, que é o Fluminense, e nem por isso virou SAF“, ressaltou o ex-mandatário,

Para o ex-dirigente, o fato de a 777 Partners não ter um vascaíno no comando deveria ser levada em consideração. Com o formato atual, o comando do clube tem investidores que jamais colocariam o Vasco como prioridade, entre tantos outros negócios e times estrangeiros.

Venda de jogadores desequilibra a balança

Campello ainda disse que sua gestão estava no caminho para o equacionamento das dívidas e que só não fechou no superávit nos dois últimos anos porque não conseguiu vender um jogador por um valor significativo. Algo que a maioria dos rivais nacionais fazem todos os anos.

“Se você olhar todos os clubes que estavam em situação difícil e conseguiram sair e que atualmente possuem uma receita alta temos o Grêmio e o Palmeiras, por exemplo. Eles aumentaram as receitas sempre seguindo o mesmo roteiro: venda de ativos (jogadores revelados na base), estádio moderno para aumentar a arrecadação, transparência e ativação com patrocinadores”, enumerou Campello.

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