Paulinho Kobayashi defendeu o Santos em 1994. O atacante foi um dos destaques daquela equipe que tinha Narciso, Giovanni, Marcelinho Paraíba. Foi no Peixe que ele viveu a melhor fase de sua carreira. Não por acaso, sempre que pode ele declara seu amor pelo clube e pela cidade que o acolheu.

Kobayashi, que defendeu o Santos nos anos 90, hoje é técnico do River-PI

 

“Acompanho o Santos, até porque eu sou de Santos. Cidade de que gosto, um clube que me ajudou muito no futebol.”

Depois de deixar o Santos, Kobayashi virou um cigano no futebol. Ao encerrar a carreira no Bragantino, em 2009, tinha acumulado passagem por 23 clubes do Brasil e da Grécia. Hoje, ele é treinador, comanda o River-PI. Mas não deixa de  acompanhar o Santos. E neste papo ao Jogada 10, ele comenta sobre como vê a situação atual da equipe, o que acha do trabalho de Fernando Diniz e  o que o torcedor pode esperar do time na Libertadores.

De cara, Kobayashi disse que sofreu junto com o torcedor durante a pífia campanha do Paulista:

“Fico triste sempre que vejo o Santos passando por momentos difíceis. Talvez pelas escolhas erradas de diretorias passadas, quase pagou um preço alto que seria a queda para a série A2. Mas felizmente se manteve na elite paulista.”

Sobre as chances de classificação para as oitavas de final da  Libertadores, ele considera que o Santos, com dois jogos para fazer fora de casa nas rodadas que restam e precisando de pelo menos quatro pontos, está numa situação complicada, mesmo tendo um dos melhores treinadores do mercado.

” A Libertadores é um campeonato atípico,  diferente. Hoje, acredito que o Santos melhore com a chegada do Diniz, até porque tem jovens jogadores que vão acreditar no trabalho dele. Porém, ainda não dá tempo de implantar o trabalho e a filosofia dele nas próximas partidas. Nós sempre acreditamos que o Santos possa passar essa fase. Mas acho difícil a competição para o Santos esse ano.”

Sobre a chegada de Fernando Diniz, Paulinho explica a importância de um treinador bom de grupo, que conheça bem seus jogadores:

“É muito importante que o treinador tenha conhecimento do grupo e saiba lidar com ele. Os garotos acreditam mais, obedecem mais o técnico. O jogador experiente tem a vivência, a experiência de outros técnicos, outras competições. O treinador deve saber lidar com todas as situações. Diniz tem uma filosofia muito boa desde o início da sua jornada, mas nem sempre temos que usar apenas a nossa filosofia como a certa. Tem que conhecer o grupo. Saber o momento certo de implementar a filosofia e também ter uma segunda opção conforme as características dos atletas. Saber lidar com os jogadores é fundamental, pois assim você tira o máximo deles. Como a maioria dos jogadores do Santos é jovem, acredito que não seja tão difícil para o Diniz.”

Não é novidade para ninguém a qualidade dos garotos da Vila Belmiro. Todo ano a base do Santos revela uma promessa, um jogador jovem que chega ao profissional. Hoje, vários estão nessa situação: Kayky, Sandry, Baliero, Ângelo. Mas um deles chama a atenção de Kobayashi: Kaio Jorge.

“Vejo o Kaio Jorge como um excelente atleta, ele é diferenciado. Tem uma boa mobilidade, brilha bastante e, por isso, incomoda os zagueiros. Finaliza muito bem, tem uma boa postura, principalmente nas bolas aéreas. Penso que é um atleta muito promissor, até porque parece que tem sempre um raio que cai em Santos.  Kaio Jorge é um desses. O clube deve tirar proveito da qualidade potencial que ele tem”, disse Paulinho.

Sobre Ângelo, Kobayashi destacou o olhar que o Santos tem sobre os garotos da base:

“Ângelo é mais um bom jogador que chegou ao profissional do clube. O Santos permite que um garoto de 16 anos entre em campo e jogue. Muitos não sabem, mas eu joguei durante seis anos nas divisões de base do Palmeiras, mas não tinha essa liberdade. Hoje, o Palmeiras dá essa liberdade aos garotos, mas na minha época era difícil. O Santos sempre apoiou os jovens. Então, eles já sobem com essa tranquilidade e confiança do clube. Isso estimula o atleta a desenvolver o seu melhor futebol, sem obrigação de ser uma jovem promessa chamada para resolver qualquer tipo de situação.”

Atualmente, Paulinho é treinador e conhece a importância dos jogadores experientes para os jovens atletas. Sobre Marinho, o treinador comentou as qualidades técnicas do atacante, mas também falou do lado coletivo:

“Marinho é humilde. Sabe que é importante. Mas se coloca como um dos jogadores que mais ajudarão o Santos na marcação. Para a garotada ele vai ser fundamental, assim como no esquema tático do Diniz. Ele se movimenta bem, busca o jogo e dá opção de passe, coisa que o Fernando Diniz exige. Para essa temporada, ele será fundamental, tanto na ajuda aos jovens quanto no esquema do treinador.”

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