Um novo escândalo atinge o futebol feminino na França. Afinal, o jornalista Romain Molina publicou nesta sexta-feira (16) que uma extensa investigação sobre a Federação Francesa de Futebol (FFF) – intitulada “40 anos de silêncio” – analisa várias denúncias sobre os relacionamentos dentro da entidade.

O caso mais notório é o de Élisabeth Loisel, treinadora da França durante 11 anos, entre 1996 e 2007. Segundo Molina, a técnica, que tem hoje 59 anos e trabalha na FIFA, exigia que jogadoras tivessem relações íntimas com ela. Assim, se comprometia a incluí-las na lista de convocadas para a seleção principal francesa.

Élisabeth Loisel, segundo apuração de reportagem na França, cobrava relações intimas com as jogadoras para poder convocá-las – China Photos/Getty Images

Gérard Prêcheur, diretor técnico na época, chegou a deixar o cargo quando percebeu que Loisel escolhia as atletas com base em sua orientação sexual. De acordo com Molina, a Federação Francesa recebeu denúncias sobre os abusos, mas nunca abriu uma investigação interna. Assim, o atual presidente da entidade, Noël le Graët – como vários dirigentes – responde por encobrir práticas de agressão sexual ou assédio contra jogadores e funcionários.

Um desses casos é o de Angélique Roujas, educadora responsável pelas categorias infantis da seleção nacional da FFF. Ela acabou sendo demitida por causa do abuso de menores. Segundo Molina, neste caso, a Federação não conseguiu abrir mão da investigação porque muitos jogadores ameaçaram fazer greve. Apesar do afastamento, Roujas mantém a licença para treinar equipes.

A atual Ministra do Desporto de França, Amélie Oudéa-Castéra, exigiu a abertura de um inquérito interno sobre as últimas décadas de ações realizadas na Federação Francesa de Futebol.

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