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Zico, o maior jogador da história do Flamengo, acompanhará a decisão da Libertadores no Japão, onde está desde julho de 2018, como diretor técnico do Kashima Antlers. Há exatos 40 anos,  foi campeão e artilheiro do torneio em 1981 no mesmo Estádio Centenário, em Montevidéu, no qual o clube carioca enfrenta o Palmeiras, em busca do tri continental. Ele fez os dois gols da vitória de 2 a 0 sobre o chileno Cobreloa.

Na entrevista exclusiva que deu ao Jogada10, na noite (dia por lá), Zico diz que espera um duelo igual, pela qualidade e retrospecto recente de ambas as equipes.

Zico analisa o momento dos finalistas da e diz que vai curtir o jogo sozinho: ‘Sem interferência’- Alexandre Vidal / Flamengo

Jogada 10 – Emoções à vista?
ZICO – Nem tanto. Eu hoje vejo o futebol como observador. É preciso tirar conclusões para analisá-lo com tranquilidade e conhecimento do que ocorreu.

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J10 – Assistirá sozinho?
ZICO – Sim, acordo pouco antes das cinco da manhã e vejo em casa, sem interferências.

J10 – Quem vai ganhar?
ZICO – Não há como afirmar com antecedência quem vencerá um jogo entre dois grandes clubes, sem favorito, em uma decisão tão importante. Há um equilíbrio evidente. Os dois times já viveram situações distintas nos últimos dois meses. Cada um teve o seu momento de maior brilho. E de queda também. O Brasileiro mostrou isso. Agora, porém, parecem muito próximos.

J10 – O que espera?
ZICO – Por ora nada que pareça diferente do que costumam fazer. O Flamengo é superior sob o ponto de vista técnico. Porém, é fato que o Palmeiras, que também conta com ótimos jogadores, tem o hábito de adotar uma postura tática quase sempre eficiente, como exibem os resultados. Vale lembrar que foram os últimos campeões da Libertadores e não é à toa que estão aí brigando novamente pelo títulos. Ambos têm uma facilidade incrível para chegar ao ataque com muita velocidade. E mostram que podem ser fatais nesse aspecto.

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J10 – Qual é a maior dificuldade do Flamengo, que acompanha mais, e ao qual está mais ligado?
ZICO – O Flamengo não sabe jogar especificamente na defesa. Esse é um problema que o Renato Gaúcho ainda não conseguiu resolver. O time acabou sofrendo nos jogos em que tentou recuar para segurar resultado. Precisa entrar em campo mais preocupado em ir à frente. Não há razão para mudar essa característica.

J10 – Em 2019, na vitória sobre o River Plate, o treinador Marcelo Gallardo trocou o lateral-esquerdo Milton Casco por um zagueiro, o chileno Paulo Diaz, quando restavam 14 minutos. O time argentino vencia por 1 a 0 e levou a virada. O que pensa de substituições improvisadas como essa? Pode decidir jogo?
ZICO – Claro. Como técnico, você não deve por em prática o que não treinou. Isso acaba atrapalhando o planejamento. Não é legal mudança radical sem preparação prévia. Tanto que tive a convicção de que o Flamengo poderia empatar e levar no mínimo a partida para a prorrogação. Porém, o time foi além, sabendo aproveitar o momento de confusão no adversário. E ganhou o título.

J10 – Garante que não vai sofrer?
ZICO – Não. Como disse, assisto ao futebol de outra forma. Vivo ali dentro por mais de 30 anos e digo que é diferente de ser torcedor. Vamos ver o que vai dar.

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