O diretor executivo de futebol do Vasco, Alexandre Pássaro, detonou a arbitragem de Anderson Daronco após a derrota por 2 a 1 para o São Paulo, que eliminou a equipe carioca da Copa do Brasil. Em seu pronunciamento, o dirigente, que não abriu a possibilidade de perguntas dos jornalistas, fez críticas severas a Daniel Nobre Bins, quem operou o VAR no jogo, e Leandro Gaciba, presidente da comissão de arbitragem na CBF.

Pássaro estava com uma folha na qual enumerava os erros identificados por ele e o clube no decorrer da partida. São eles: pênalti não marcado de Miranda em Léo Jabá; gol anulado de Germán Cano no primeiro tempo; pênalti não marcado de Nestor em Matías Galarza; expulsão de Leandro Castan; expulsão de Lisca.

Alexandre Pássaro, diretor executivo de futebol do Vasco – Rafael Ribeiro / Vasco

O executivo do Vasco foi irônico com Daronco na maior parte do pronunciamento, citando que o árbitro se preocupa bastante com a academia e que a única diferença notada no gaúcho foi uma nova tatuagem no braço.

Confira o pronunciamento de Pássaro

“Estou com duas folhas na minha frente porque quando a gente vai falar de arbitragem, especialmente num jogo como de hoje, a gente tem de anotar para não se perder, como a arbitragem se perde em campo. Fazem o que querem e não tem controle nenhum. Para quem vive do futebol, é muito ruim quando vem um instrumento do jogo, apesar de os árbitros serem a estrela do jogo atualmente e nos tiram o direito de disputar uma partida de igual para igual. Muito se diz hoje dos bastidores, mas é difícil de falar. O São Paulo foi prejudicado no Brasileiro sábado (contra o Palmeiras) e foi beneficiado hoje (quarta). A arbitragem é ruim, não tem cobrança, não tem pressão. Não sei se o Gaciba está atuando, está de férias, não se vê o Gaciba. Todos têm que se explicar, mas árbitro não. Acaba o jogo e eles voltam para casa. Queria saber a quem o Gaciba responde na CBF, do jeito que está. Acho que está liberado, sem ter interferência de ninguém.

Os árbitros são tão ruins, que nos preocupamos tanto na arbitragem da semana passada, que foi boa. Um gaúcho, assim como o Gaciba, apitou esse jogo e assim como teremos outro gaúcho no jogo de sábado. Esse mesmo Daronco expulsou o Raniel em 2019 ainda no primeiro tempo aqui em São Januário, quanto ainda estava no São Paulo. Hoje ele já prejudicou o Vasco, como já tinha prejudicado outros times. Ele não está preocupado com isso, a única novidade que vejo nele é que tatuou o braço, está bonitão na TV. Na Libertadores, o árbitro foi suspenso por prazo indeterminado. Aqui não tem suspensão, fica por isso. Minha indignação, apesar de cansativa e inútil, pois eles devem estar indo. Estão preocupados apenas com eles. Se o fone está no lugar certo, se o braço está aparecendo. Tudo passa para quem está lá, aqui não passa. Fomos desclassificados por nossos problemas, mas também por problemas que nos trouxeram.

Aos 21 minutos, teve pênalti do Miranda no Léo Jabá e poderia mudar a história do jogo. Agora, o Gaciba, além de proibir a escuta, também proibiu que ninguém reclame nas arquibancadas. É com isso que eles se preocupam. O Gaciba era comentarista. O próximo presidente da comissão de arbitragem vai ser outro comentarista, que é amigo de árbitro, irmão de árbitro. Então, não esperem análise. Os comentários são algo que não podemos levar em consideração. Cinco minutos depois, tivemos um gol legal anulado. A bola resvala na mão esquerda e, na nova recomendação, isso não deve ser anulado. Se o VAR achasse que tinha sido falta, não ia chamar. O Daronco vê a imagem e diz que a decisão de campo está correta. Todas as decisões foram pró São Paulo; nenhuma para o Vasco. A arbitragem cria um senso de injustiça irrecuperável. É isso que ocorre com os jogadores, como o Léo Jabá.

Lisca conversou educadamente com a arbitragem no intervalo. Aos 33 do segundo tempo, teve um pênalti não marcado. Trinta segundos depois, ele expulsa o Castan em uma bola que tinha cobertura e o atacante tropeça no chão e a sola do Rigoni pega na canela do Castan. As imagens da Vasco TV mostram o Lisca 40 segundos antes da expulsão. Ele estava mexendo no relógio, não falou nada. Ele expulsou para o Lisca não reclamar com ele ao final do jogo. Depois, quando os outros membros da comissão foram falar com ele, disse que era para o Lisca reclamar na coletiva. O nível é esse. Os oficiais da arbitragem me falaram que não entenderam a expulsão do Lisca. Os jogadores do São Paulo com os quais tenho boa relação falaram o mesmo. Se o árbitro é maldoso, coloca algo na súmula, vamos a julgamento, Os árbitros não vão. É um poder infinito, que cresce ano e ano e a competência diminui.

Pode ser que sábado o Vasco seja beneficiado pela qualidade ruim do árbitro. Os 40 times das Séries A e B já têm do que reclamar da arbitragem nesse ano. Os programas esportivos são divididos muito mais em reclamação da arbitragem do que no jogo. Os comentários dos oficiais da partida ao final do jogo são vexatórios. Do nada, o Lisca foi expulso. Todos jogadores do São Paulo vieram falar ‘sábado foi a gente, hoje vocês’. Nós não vamos se conformar, vamos continuar brigando, nos expondo, indo do STJD e continuar trabalhando para que nosso objetivo seja cumprido apesar de todas essas aberrações que tem acontecido no futebol brasileiro.”

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