No momento em que o Brasil bate recordes de mortes pelo novo coronavírus, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta traçou um quadro nada animador sobre o combate à Covid-19 no Brasil. Segundo ele, o país vive o momento mais crítico e deverá bater a trágica marca de duas mil mortes por dia em breve. Ao Jogada10, ele afirmou que todos precisam se engajar no combate à pandemia, inclusive o futebol.

O deputado Luiz Henrique Mandetta com uma camisa do SUS quando era ministro da Saúde no início da pandemia – Isac Nóbrega/PR

“Estamos vivendo o momento mais crítico causado pelo somatório de erros em 2020, inclusive do presidente, incitando ao não cumprimento das recomendações médicas, com a nova cepa do coronavírus. O Nordeste e o Sul, a região mais rica do país, já vivem uma tragédia. No Sudeste a situação deverá piorar em março e abril. Poderemos ter uma morte no Brasil a cada 50 segundos”, avaliou o deputado federal pelo DEM do Mato Grosso do Sul.

O ex-ministro comentou que o esporte não é uma ilha e que toda a sociedade deve se unir para enfrentar a pandemia, defendendo de forma conjunta as medidas de prevenção à doença.

“Precisamos estar unidos. Muitos dizem que os atletas são menos suscetíveis ao coronavírus. Não é bem assim. Mas o pior é que existe os familiares deles, os roupeiros, os fisioterapeutas. Uma gama de profissionais está envolvida com o esporte. Precisamos pensar neles”, observou Mandetta, acrescentando:

“É bem verdade que a maioria dos clubes está falido, que precisam das receitas da televisão. Há também muitos profissionais que dependem do esporte. Mas é preciso mais debate. Como ficam os atletas olímpicos brasileiros proibidos de entrar em outros países? Vai ter um programa especial de vacinação emergencial para eles disputarem as Olimpíadas?”.

E o lockdown não seria uma solução?

“O lockdown é uma medida extrema. Como manter as pessoas dentro de casa sem o auxílio emergencial, sem ter o que comer? Seria o caminho de uma explosão social”, analisou.

Para Mandetta, será necessária uma reconstrução do país nas diversas áreas: cultura, educação, economia, inclusive no esporte, Mas ele alertou que isso só poderá acontecer após o país vencer o novo coronavírus.

“Essa questão não será resolvida por milagre. O momento é de combate à pandemia. Todos precisam estar nesta luta mais do que nunca”.

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