A jogadora Megan Rapinoe, craque da seleção americana de futebol feminino, protestou contra a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de anular a proteção contra mulheres que fazem aborto no país. Por 5 votos a 4, os ministros decidiram derrubar a decisão que tornou-se conhecida como Roe X Wade e que vigorava desde 1973, assegurando o direito ao aborto em todo o país. Agora, a Corte decidiu que cada estado americano terá autonomia para permitir ou proibir o procedimento.

Megan Rapinoe declarou que essa decisão é um retrocesso:

“Creio que a crueldade é o ponto-chave, pois isso não é estar a favor da vida”, afirmou.

Rapinoe é uma das grandes jogadores de futebol feminino neste século e ja foi melhor do mundo – Naomi Baker/Getty Images)

Rapinoe se junta a vozes poderosas, como o presidente da França, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que se manifestaram com revolta após o anúncio da decisão judicial.

“Sou uma mulher cisgênero, rica, branca, que vive numa das cidades mais progressistas do mundo (Seattle) com a proteção não apenas dos meus próprios recursos, mas também deste (e mostrou o escudo da entidade que engloba as jogadores de futebol)”, disse Rapinoe.

E ela acrescentou:

“Sabemos que isso afetará as mulheres pobres, afro-americanas, imigrantes, que estão em relacionamentos violentos, que foram estupradas, até por membros da própria família, ou simplesmente que não tomaram as melhores decisões”, disse.

A seleção feminina americana enfrenta a Colômbia neste sábado (25), em Colorado, num amistoso que será transmitido pela plataforma de streaming Star+. É o primeiro dos dois amistosos que a seleção fará antes de começar a disputa do Campeonato da CONCACAF, que também serve como qualificação para a Copa do Mundo de 2023 e as Olimpíadas de 2024.

Rapinoe, 36 anos, joga atualmente no Seattle Reign FC. Na Copa do Mundo de 2019, ela fez história marcando 6 gols e dando 3 assistências. Ganhou a medalha de ouro com o time e recebeu o título de Melhor Jogadora da Copa, recebendo a Bota e a Bola de Ouro pelo desempenho na competição.

Ela também é conhecida por se manifestar sobre questões sociais. E concluiu:

“A proibição do aborto não evita os abortos. Só evita que sejam feitos abortos seguros. Não posso descrever a tristeza e a crueldade desse ato”.

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