Com a chegada do Carnaval, as escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo prometem muita emoção e criatividade no Anhembi. Assim, as noites desta sexta-feira (9) e deste sábado (10) serão reservadas para quatorze agremiações, que lutam pelo título, com enredos variados e culturais, que vão desde a cantora Fafá de Belém até o ex-jogador Adriano Imperador. Nesse sentido, o Jogada10 apresenta um resumo de cada enredo que as agremiações levarão para o Sambódromo.

Para a disputa de 2024, as tradicionais Camisa Verde e Branco e Vai-Vai retornaram à elite do carnaval paulistano e abrem os dois dias de desfile, respectivamente. A atual campeã, Mocidade Alegre, será a terceira escola de sábado (10). Assim, “A Morada do Samba” tenta encostar na escola da Bela Vista, que é a maior campeã da história, com 15 títulos.

Adriano Imperador é tema do enredo da Camisa Verde e Branco no Carnaval de São Paulo – Reprodução/Instagram

Escolas de Sexta-feira (09/02)

Camisa Verde e Branco

Carnavalesco: Renan Ribeiro

Vice-campeã do Grupo de Acesso em 2023, a tradicional escola será a primeira a pisar no Anhembi na sexta-feira (9) de carnaval. Quarta maior vencedora do carnaval paulistano, com 9 troféus, a agremiação terá o enredo “Adenla – O Imperador nas Terras do Rei”. Ele tem como figura central o ex-jogador de futebol Adriano, que ficou conhecido mundialmente como “Imperador”, sobretudo nos tempos  em que defendia as cores da Inter de Milão. Além disso, o desfile trará outros impérios e citará o orixá Oxóssi, Rei de Ketu.

Barroca da Zona Sul

Carnavalesco: Pedro Magoo

Décima colocada em 2023, a escola fará uma homenagem a si própria, visto que completa 50 anos de fundação. Dessa forma, o título do enredo cita o apelido da agremiação: Faculdade do Samba. Ao longo da preparação, o carnavalesco conversou com a velha guarda e escolheu a figura de Sebastião Eduardo do Amaral, que ficou conhecido como “Pé Rachado”, para ser o fio condutor do enredo.

Dragões da Real

Carnavalesco: Jorge Freitas

Primeira escola ligada às torcidas organizadas de clubes de futebol a pisar no Anhembi, a Dragões, agora, optou por um enredo afro. Com isso, o desfile quer proporcionar um resgate de identidade histórica. A homenagem será ao continente africano, berço da humanidade, onde Reis e Rainhas marcaram o mundo como grandes exemplos de luta e coragem, como exemplos de inspiração.

A Dragões da Real ficou com a quinta colocação no Carnaval de São Paulo em 2023 – Foto: Paulo Lopes/Liga-SP

Independente Tricolor

Carnavalesco: Amauri Santos

Mais uma escola ligada ao São Paulo Futebol Clube, a Independente também apresentará um enredo ligado à África. Em “Com Agojie, A Lâmina da liberdade!”, a agremiação vai falar sobre as guerreiras do reino de Daomé (atual Benim). Afinal, elas lutaram entre os séculos XVII e XIV, e são apresentadas como “o único exército feminino que já existiu”.

Acadêmicos do Tatuapé

Carnavalesco: Wagner Santos

Depois dos dois títulos, em 2017 e 2018, a agremiação leva ao Anhembi uma viagem à Bahia, com o enredo “Mata de São João – uma joia da Bahia, símbolo de preservação! Entre cantos e tambores. Viva a mata de São João!” Nele, inclusive, a escola pretende destacar a diversidade cultural da cidade litorânea, com festas para santos, orixás e entidades. Entre eles, estão Iemanjá, São João Batista, Nossa Senhora dos Navegantes e Senhor do Bonfim.

Mancha Verde

Carnavalesco: André Machado

Fundada por torcedores organizados do Palmeiras, a escola é uma das principais forças do carnaval paulistano atualmente. Nos últimos anos, teve dois títulos e dois vice-campeonatos. Para a disputa de mais um troféu, a Mancha leva para a avenida o enredo “Do Nosso Solo para o Mundo, sobre a história da agricultura no Brasil”. Dessa forma, a figura do homem do campo será representada com a sua forma de sustento, fé e respeito pela Mãe Natureza.

Rosas de Ouro

Carnavalesco: Paulo Menezes

Finalizando a primeira noite, a escola sete vezes campeã tenta quebrar o jejum que dura desde 2010. No Anhembi, o intuito é exaltar um dos grandes cartões postais de São Paulo: o Parque Ibirapuera, que, em 2024, completa 70 anos. A instituição, portanto, aposta no desfile ao amanhecer para fazer referência às pessoas que ocupam o parque em atividades esportivas matinais. Além disso, pretende apresentar um caráter histórico do popular espaço.

A Mancha Verde foi vice duas vezes e conquistou dois títulos nos últimos quatro anos do Carnaval de São Paulo – Foto: Divulgação//Liga-SP

Escolas de Sábado (10/02)

Vai-Vai

Carnavalesco: Sidnei França

No dia seguinte, sábado (10), a maior campeã da história do carnaval paulista marca sua volta ao Grupo Especial. Foram, aliás, duas passagens pelo Grupo de Acesso nos últimos três anos. Para recuperar seu espaço na elite, a escola trará o enredo sobre uma das mais importantes manifestações culturais de São Paulo, o hip hop. O intuito, portanto, é discutir a cidade, suas ruas e sua relação com a arte. Nomes como Negra Li, Emicida, Dexter, Djonga, Thaide e os Racionais MCs estarão no Anhembi.

Tom Maior

Carnavalesco: Flávio Campello

Apesar de ser regular no Grupo Especial, a escola ainda não conseguiu conquistar seu primeiro título. Na busca pelo troféu, a Tom Maior leva para a avenida o enredo Aysú – uma história de amor, com temática indígena. Dentro deste universo, a agremiação mudará os nomes de Orfeu e Eurídice, personagens de um mito de origem grega.

Mocidade Alegre

Carnavalesco: Jorge Silveira

Atual campeã do Grupo Especial, a agremiação chega mais uma vez com força na busca pelo título. Desta vez, trará um enredo que pretende homenagear a história de um dos nomes mais importantes da cultura brasileira: o paulistano Mário de Andrade. Há exatos 100 anos, em 1924, Mário de Andrade escreveu carta a Carlos Drummond de Andrade em que dizia “É no Brasil que me acontece viver e agora só no Brasil eu penso e por ele tudo sacrifiquei”.

A Mocidade Alegre conquistou o décimo primeiro título de sua história em 2023 – Foto: Paulo Lopes/Liga-SP

Gaviões da Fiel

Carnavalesco: Júlio Poloni, Ranyer Pereira e Rodrigo Meiners

Maior vencedora entre as escolas ligadas à torcidas de clubes de futebol, a Gaviões quer acabar o jejum de 20 anos sem levantar o troféu. A escola, portanto, levará o enredo “Vou te Levar para o Infinito”, que faz referências à sua primeira conquista, em 1995. A proposta da escola é, na avenida, desafiar a lógica do tempo e romper os limites do espaço, mergulhando na imensidão.

Águia de Ouro

Carnavalescos: Claudio Cavalcante (Cebola), Márcio Gonçalves e Victor Santos

Campeã da elite em 2020, a agremiação almeja o bicampeonato. Para isso, levará para o Anhembi os 100 anos de história do rádio no Brasil, tendo como referência a fundação da Rádio Nacional, em 1922. No desfile, inclusive, vários personagens históricos estarão presentes como Edgar Roquette-Pinto, fundador da Nacional, e Roberto Landell de Moura, o Padre Landell, que ainda no fim do século XIX inventou as transmissões por ondas de rádio.

Império de Casa Verde

Carnavalesco: Leandro Barboza

Penúltima escola a desfilar no Grupo Especial, a Império vai homenagear uma das maiores cantoras populares do país: Fafá de Belém, que completa 50 anos de carreira. A escola trará para o Anhembi detalhes da vida e da carreira da cantora paraense, com referências às tradições amazônicas e festejos culturais e religiosos. A homenagem, aliás, promete muito emoção com a presença da homenageada, que esbanjou carisma no ensaio técnico.

Acadêmicos do Tucuruvi

Carnavalesco: Yago Duarte e Dione Leite

Fechando os desfiles do Grupo Especial de São Paulo, a escola vai apresentar o enredo Ifá, sobre um oráculo africano de origem iorubá. Diante disso, a agremiação quer repetir o desempenho do carnaval de 2011, quando foi vice-campeã. Por fim, a proposta é observar o oráculo de Ifá não somente como um jogo de adivinhação, mas, também, como uma filosofia e olhar singular para a vida segundo os preceitos e princípios Yorùbá.

Siga o Jogada10 nas redes sociais: TwitterInstagram e Facebook.

Comentários