A polêmica em torno da presença de público em jogos do Flamengo é de uma hipocrisia formidável. O governo jamais tomou providências de verdade para evitar aglomerações, ou para evitar a contaminação do vírus, muito pelo contrário, já cansou de negar a sua existência e fatalidade, embora seja evidente.
Há multidões em todos os lugares. Em dia de eleições e em manifestações de rua, não importa o interesse, de direita e de esquerda. Nunca houve estratégia para impedir o problema no transporte público. Ônibus, trem e metrô estão superlotados desde o dia em que a pandemia começou a provocar a matança. Qualquer fila para vacinação ou que reúna candidatos a emprego, fato comum nesse país miserável, reúne centenas de pessoas. E a grande preocupação passa a ser a presença de público em jogos do Flamengo, mesmo que sejam seguidos todos os protocolos, e que haja limitações.
Parece precoce, sem dúvida, permiti-lo agora. Não seria um exagero aguardar o fim da temporada, quando boa parte da população estaria imunizada, ou obrigada a fazê-lo. Mas é fato que existe o desejo de exploração política por trás de tudo.
Assim, façamos um trato: o governo cria um esquema para impedir a aglomeração no transporte público, por exemplo, e o clube não comercializada mais ingressos. E estamos conversados.
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