Para celebrar o Dia da Consciência Negra, o Manchester City publicou uma entrevista com Fernandinho. Brasileiro que mais atuou pelo clube, o volante contou um pouco como reagiu aos casos de ofensas raciais que sofreu ao longo da carreira, numa tentativa de mostrar que o caminho ainda é longo na luta contra o racismo.

Fernandinho foi a referência do City para celebrar o Dia da Consciência Negra – Divulgação/Man. City

“Meu filho mais velho entende bem o assunto. Durante a Copa do Mundo de 2018, minha família e eu fomos vítimas de abusos raciais nas redes sociais. Ao ver e entender a realidade online, ele ficou muito assustado e confuso e me perguntou por que as pessoas no Brasil não gostam de negros. Tive que explicar para ele que não é a realidade, apenas uma pequena minoria tem esse tipo de preconceito. Não é que a maioria das pessoas em nossa sociedade odeie os negros, mas sempre falo sobre isso. Tento refletir os valores que herdei da educação de minha família”, afirmou Fernandinho, completando:

“O racismo no Brasil não é muito explícito, é discreto. Os desafios da minha vida foram muitos, se eu fosse focar neles não estaria onde estou agora, então minha força vem das situações, experiências e memórias, das lutas e lutas e eles me ajudaram a chegar aqui”.

Exemplo

Ídolo do Manchester City, Fernandinho pode ser uma referência para muitas crianças negras. Saiu do Londrina, foi para o Athletico-PR e de lá para o Shakhtar Donetsk (UCR). Fez sucesso na Ucrânia por oito anos até chegar à Inglaterra, na temporada 2013/2014. Sem contar a Seleção Brasileira, pela qual disputou duas Copas do Mundo e superou muitas críticas pelas falhas no 7 a 1 para a Alemanha, em 2014.

“Ser um jogador negro brasileiro, em um dos maiores clubes da Europa, não é uma tarefa fácil para qualquer um.
Talvez no nosso dia a dia não tenhamos consciência de quantas vidas realmente impactamos, com nossas ações. Então, quanto mais falamos sobre esse assunto, mais alcançamos. É vital para o diálogo, motivação e super importante, porque é assim que preparamos nossos filhos para o futuro”, completou.

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