O Flamengo não fazia grandes jogos. Sua defesa, vulnerável, levava muitos gols, e o ataque demorava para marcá-los, ou pior, permanecia em branco. Mas o time foi superior ao Fluminense, notadamente na etapa inicial, quando construiu a vantagem de 2 a 0, e – como se diz – soube sofrer um bocado para enfiar o terceiro, vencer por 3 a 1, e levantar o sexto tri estadual de sua história. Agora são seis títulos do Rio de vantagem sobre o Tricolor, desde o primeiro campeonato que o Rubro-Negro disputou, em 1912. Será preciso, de hoje em diante, provar que não é uma equipe em decadência, como vinha mostrando nas últimas partidas.

O Flamengo quase repete, ao longo do primeiro tempo, o habitual, ou seja, domina o jogo, mas não faz gol. E, na prática, também praticamente não criava oportunidades. O Fluminense teve uma chance. William Arão cometeu pênalti, logo aos 10 minutos, colocando a mão na bola, e o árbitro sequer consultou o VAR. O Tricolor, encolhido, sem mais iniciativa, parou por aí. E o Rubro-Negro também não assustava, efetivamente, até que aos 41, Gabriel lançou Arrascaeta, que foi derrubado por Marcos Felipe. Gabriel cobrou o pênalti e fez 1 a 0. Aos 45, o Fluminense apático, permitiu que o adversário levasse adiante uma daquelas tramas fatais, que acabou nos pés de Gabriel, que bateu forte. O goleiro, cá entre nós, falhou: 2 a 0.

No intervalo, Roger Machado trocou Luiz Henrique e Kayky, que não viram a cor da bola, por respectivamente Caio Paulista e Gabriel Teixeira. Na realidade, parecia impossível que o Fluminense pudesse jogar tão pouco, em uma decisão. Pois é. Aos cinco minutos, Rodrigo Caio derrubou Caio Paulista. Fred cobrou o pênalti e diminuiu: 2 a 1. A partir daí saberemos se a bronca de Diego quando deixava o campo, que o mundo viu e ouviu, vai valer. E a partida ficou truncada. Muitas faltas, reclamações em excesso, e a impossibilidade de afirmar quem será o vencedor. Cazares substitui Nenê. Um gol, não importa o lado, muda a situação. Os treinadores promoveram mais modificações. O Fluminense vai para o tudo ou nada. E o Flamengo, naquele momento, espera por um contra-ataque que dê fim ao duelo, como ocorreu, aos 43: Pedro bateu, o goleiro soltou, e Gomes apanhou a sobra: 3 a 1. Fim de papo.

Alguém dirá que o pênalti que o árbitro deixou de marcar, aos 10 minutos, poderia mudar a história do jogo. Jamais saberemos. É preciso lembrar, no entanto, que um gol, no começo, não diminuiria a distância de qualidade entre os times, e que ainda tempo para a bola rolar.

Comentários