Mesmo jogando um futebol que podemos chamar de normal, praticamente sem falhas, e sem muito brilho, o Flamengo não teve qualquer problema para vencer o Santos por 4 a 0 na Vila Belmiro, no qual penou 33 anos, de 1976 a 2009. Sim, o Rubro-Negro não ganhou nenhuma por lá durante 33 anos, e hoje goleia sem muito esforço. Os tempos, definitivamente, são outros. Na prática, parece que Flamengo, Atlético Mineiro e Palmeiras vão decidir os títulos que restam em 2021, e será no confronto entre os três que veremos de fato quem tem mais garrafas vazias para vender.
O primeiro tempo deixou aquela impressão de 0 a 0 ao fim de 90 minutos. Um jogo equilibrado, sem oferecer oportunidades de verdade, e que embora não tenha sido violento, o árbitro, curiosamente, exibiu cinco cartões amarelos. Não foi uma partida pobre de técnica, mas sem graça, pois não houve vibração. Mais 45 de bola rolando desse jeito e vamos terminar a crônica em poucas linhas.
Aos seis minutos, no entanto, Wagner Leonardo puxou Gabriel na área, em pênalti que a maldição do VAR ainda tentou anular, mas que Gabriel cobrou para abrir o placar: 1 a 0. O, digamos, acaso, tirou o conforto do jogo, e o Santos percebeu que precisava buscar o empate. Teve grande chance na sequência, mas Sanchez bateu falta para fora, e o Flamengo, com a vantagem, passou a apostar no desespero do adversário, que avançou as linhas, para substituir as limitações pela intensidade. A estratégia manteve o placar aberto, pois o duelo permaneceu igual, sem deixar evidente o que poderia ocorrer.
Aos 25, porém, o time carioca saiu em contra-ataque, e Michael rolou para Gabriel, que só tocou para dentro: 2 a 0. Restou o óbvio: o Santos avançando por inteiro, largando os espaços para o Flamengo sair em velocidade e criar mais chances. Aos 34, Gabriel apanhou rebote de João Paulo e meteu 3 a 0. Aos 38, Gabriel Pirani deu um passe espetacular para Andreas Pereira, o homem que veio do frio, marcar logo na estréia: 4 a 0.
A propósito, a frase deveria ser citada no primeiro parágrafo, mas será real em qualquer momento: impressionante como o time titular do Flamengo é capaz de transformar um confronto apenas corriqueiro, sem emoções, em placares elásticos. Detalhe, para encerrar, e corrigir o narrador: o Flamengo não vai secar o Bragantino, que não vai ser campeão, mas o Atlético Mineiro, que é hoje o seu principal adversário no âmbito continental.
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