Há muita reclamação, no âmbito geral, sobre os gramados dos estádios brasileiros, e a respeito da realização de campeonato em tempo de jogos de seleções nacionais, mas a CBF permite que jogos do Brasileiro ocorram em charcos, como o do Alfredo Jaconi, e em dias de Copa América. O campo impraticável e a ausência dos principais jogadores – além, é evidente, do erro grosseiro de Matheus França – foram as causas da derrota do Flamengo, 1 a 0 para o Juventude, no gelo de Caxias do Sul. Não são desculpas, mas fato, sem nenhuma dúvida, embora seja fundamental ressaltar que o time carioca não tem reservas à altura.
Bastou a bola rolar para perceber que seria trágico, pois as condições do campo eram péssimas, deixando evidente que o Flamengo, um time muito mais habilidoso, não poderia jogar normalmente, mas jogava tentando a adaptação ao que o cenário oferecia. O time carioca, no entanto, insistia em tocar a bola, inclusive próximo à área. Aos 25 minutos, Matheus França, que é apenas um jogador razoável, tentou sair jogando, e entregou de presente para Matheus Peixoto bater de primeira e abrir o placar: 1 a 0.
Pois é. Em um jogo desses é preciso praticar futebol de roça, e pressionar sem tréguas, aproveitando, quando necessário, o drible curto perto da meta, o oportunismo dos atacantes. Aos 35, Rogério Ceni trocou Michael, praticamente inútil em tal situação, por Rodrigo Muniz, para povoar de vez a área do adversário. O Flamengo até que tentou, sem muito sucesso, e a solução, se é que existe, é ampliar o poder de agressividade, no bom sentido, é claro, e só a insistência do treinador, e dos mais experientes, em tal sentido, no intervalo, poderia mudar o resultado.
Na realidade, o que houve de bom no primeiro tempo, e sim, isso ocorreu, é que o Juventude mostrou certa satisfação com o placar, e não procurou aproveitar a situação, para tornar a missão do Rubro-Negro mais difícil. Ou impossível.
O Flamengo voltou disposto a empatar. Criou duas oportunidades. Mas o Juventude conseguiu evitar a reação imediata. E como tinha a vantagem, procurava sair da defesa para o ataque com maior tranquilidade, marcando forte no meio, enquanto a equipe carioca ainda tentava, vez por outra, chegar à frente no toque de bola. E o tempo vai passando rapidamente, sem que nada aconteça, nem lá, nem cá. Aos 22, Pedro gira e chuta fora. Aos 24, Rodinei e Hugo Moura substituem respectivamente Matheus França e Gomes – o que é Gomes? – em mais uma tentativa de mudar o panorama. Inútil. O Flamengo não tem reservas à altura de seus principais titulares – é preciso repetir 100 vezes – e não está definitivamente habituado a jogar em cenário que Caxias do Sul ofereceu.
Derrota terrível, pois é improvável que algum outro concorrente ao título brasileiro perca pontos para esse time frágil do Juventude. Enfim, tropeços que fazem parte de longas trajetórias.
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