Roberto Assaf

Flamengo do camaleão Dorival escapou da derrota em Goiás

O Flamengo, que empatou aos trancos e barrancos com o Goiás por 1 a 1, não tem a menor intenção de ganhar o Brasileiro. A entrada de dois meninos na etapa derradeira é mais uma prova disso. É de se pensar que será assim, até o fim do campeonato, o clube cumprindo compromissos de forma protocolar, sem grande preocupação com a vitória, procurando apenas evitar o pior.

Tivesse o Goiás um pouco de coragem, diante do futebolzinho protocolar do adversário, e venceria sem grande esforço. Dorival Júnior é, na realidade, um camaleão chamado Renato Gaúcho. Teremos mais 12 partidas trágicas como essa.

Everton Ribeiro tenta levar o Fla ao ataque – Gilvan de Souza / Flamengo

Flamengo no roteiro de 2021

Sim, pois o Flamengo aos poucos vai retomando o triste roteiro do ano passado. A diretoria não toma providências para os problemas que levaram o clube a jogar no lixo três títulos em cinco meses em 2021: as malditas convocações das seleções para amistosos vagabundos, a escalação contínua de reservas, e o conseqüente descanso excessivo de titulares, que vão perdendo o foco e a forma, além do insuportável e típico “já ganhou”.

Quem escreve aqui está longe de ser uma viúva inconsolável do português. Mas o time de Jorge Jesus ganhava porque mantinha o ritmo. Descanso só em necessidade absoluta. Mais: não havia euforia com goleadas inúteis e vitórias cantadas em prosa e verso na véspera das partidas. Ainda há tempo para colocar o cadeado na fechadura. Mas como não há nenhum interesse em evitar nada do que existe de pior, o Flamengo chegará em frangalhos às decisões – e o plural, aqui, se eliminar o São Paulo na quarta-feira. Na realidade, não há mais espírito sequer para esse jogo. O São Paulo vai superar o Rubro-Negro no Maracanã.

Pior: o Flamengo corre ainda o risco de perder vaga na Libertadores de 2023. Essa é uma triste constatação. Pobres-diabos são aqueles que compraram passagens e reservaram hotel em Guayaquil.

Primeiro tempo

O Flamengo encontrou um adversário cauteloso. Nas sem receio de ir ao ataque, do qual jamais abriu mão, chegando vez por outra próximo da área, mantendo o jogo equilibrado. O time carioca fazia o feijão com arroz, sem muita ambição. Quando surgia alguma possibilidade de sucesso, errava o último passe. Um jogo sem graça, no qual o empate é bom, pois impede a derrota, mas péssimo, pois não traz mudanças na tabela.

A única oportunidade até o intervalo pertenceu ao Goiás e surgiu nos pés de Diego. Ele bateu cruzado, sem marcação, para fora, aos 36 minutos. O que houve de mais interessante ao longo do primeiro tempo foi rever Jairzinho, um dos grandes jogadores da história do futebol brasileiro, campeão do mundo em 1970. No mais, ganha um fim de semana grátis em Porto Príncipe – a capital do Haiti – quem cravar o que faz Vitor Hugo no time do Flamengo. É um pássaro? Um avião? O super-homem?

Na etapa final

O jogo recomeça, e como Dorival Júnior não fez mudanças, nada ocorrerá. O seu time até que tem a bola, Mas continua sem compromisso. Assim, o técnico aguarda o fim do jogo para mexer. Ou, quem sabe, tomar um gol. É absolutamente irritante. Um ser humano pode suportar um tempo de mediocridade. Dois é demais. Marinho é o contrário do pino de boliche. Pois ele bate na bola e cai. Procura-se o avião que levou Éverton Cebolinha para Lisboa, quando foi para o Benfica, pois o seu futebol ficou dentro do aparelho. Aos 63 minutos, entram Rodinei e Arrascaeta, mas o fenômeno Matheuzinho continua em campo. Qual será o objetivo? Nenhum. Nada acontece. Quando há a “pausa para a hidratação”, muitos jogadores do Flamengo agradecem aos céus, acreditando que a obrigação chegou ao fim.

Aos 80, Diego fez 1 a 0, castigo merecido para o Rubro-Negro. Mas é um adversário tão frágil que entregou o empate, pois Léo Pereira igualou, de cabeça, aos 87, em um gol legal, que não poderia ser anulado. Que joguinho safado.

Na realidade, falando sério, parece que não há mais que lamentar amistosos vagabundos de seleções, reservas em campo e “já ganhou”. Assim, o Flamengo, a essa altura, vai caminhando solenemente para o brejo. Quem viver verá.

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Carlos Alberto

Repórter, setorista da Seleção Brasileira, colunista e editor do Jornal dos Sports entre 1998 e 2000. Editor, colunista e editor executivo do LANCE! de 2000 a 2020, Editor-chefe do Jogada 10 desde 2020. É formado pela Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha-RJ) e participou de coberturas de 6 Copas do Mundo (4 como enviado, 1 como chefe de reportagem 1 como editor-chefe), 2 Copas Américas, 1 Eurocopa, 2 Mundias de Clubes, 1 Olimpíada e 6 Champions League.

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