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Nada de novo sob o sol. O Flamengo, com a derrota, mantém a irregularidade, goleadas extraordinárias em um dia, quedas ridículas no outro. E o Grêmio, com um futebolzinho sem graça, venceu por 1 a 0, mas explicou a sua péssima posição no Brasileiro. Você acorda acompanhando o Campeonato Inglês e fecha o domingo vendo outro esporte.

Renato Gaúcho vive situação curiosa. Se ganhar os três títulos que disputa, será o maior técnico do planeta, mas se for tombar nos três, será demitido. Como a perspectiva ainda é positiva, ele prefere apostar nos mata-matas, entregando o Brasileiro nas mãos do destino, que começa a traçar o cenário que o preparador deseja, ou seja, deixando o Flamengo distante do Atlético-MG o suficiente para não ter que brigar pelo tri. Como ocorreu hoje. Para Luiz Felipe Scolari, nada ocorrerá, pois está fazendo extra, e o que vier é lucro.

A propósito, o torcedor rubro-negro ainda não percebeu, mas se o time carioca for às decisões das duas copas, enfrentará o mais terrível adversário dos últimos tempos. O Atlético não conquista o Brasileiro faz meio século, não ganha um título importante desde 2014, conseguiu formar um elenco do mesmo nível, e como se não bastasse, conta com um investimento formidável, que forçará cobranças absurdas, da torcida, que exige vinganças por tempos passados, e de quem põe a grana no clube. Mais: o técnico do Atlético conhece futebol.

Flamengo e Grêmio fizeram um primeiro tempo irritante. O time carioca esperando o tempo passar, com o pensamento na maldita Libertadores, e o gaúcho tentando acertar uma jogada ofensiva, para surpreender, o que não ocorreu. De um lado, Andreas Pereira e Vitinho passeando pelas ruas de Bruxelas, maltratando a bola, e do outro, sem solução aparente, os apoiadores obrigando os atacantes a recuar, dado que a bola não chegava lá na frente.

Os menos fanáticos aproveitaram para dar uma zapeada na TV, para encontrar algo fantástico em outro canal. Só um gol, pois no futebol tudo é possível, para provocar uma transformação. Quando isso aconteceu, com Borja marcando de cabeça, Grêmio 1 a 0, veio o intervalo, reservando, quem sabe, uma partida de futebol de verdade para a etapa derradeira.

O fato de não ter realizado mudanças no intervalo, supõe que o Flamengo cumpre tabela, e que o time gaúcho, com a vantagem, jogará fechado, para explorar os contra-ataques. E pelo que se nota, só o acaso poderá mudar o jogo, pois a equipe da casa não acerta nada, e com um mínimo de esperteza, sem a preocupação com briguinhas e rixas estúpidas, bastará ao Grêmio um único golpe para encerrar a questão.

Aos 63 minutos, nem o próprio Renato suportou a moleza, e mexeu, lançando Pedro e Bruno Henrique. E o time gaúcho parece satisfeito, pois “o Flamengo não quer nada com a hora do brasil e logo logo esse troço acaba”. Aos 77, Renato colocou Kennedy, parado faz tempo, e Matheus França, que vez por outra lembra o equatoriano Rivera.

É impressionante como o tempo não passa nesses joguinhos. Nada acontece. Não seria absurdo dizer que o segundo tempo teve umas duas horas. Nos acréscimos, ao acaso, vem o pênalti que Borja cobra para Diego Alves defender. É interessante ressaltar que os comentaristas não têm coragem para dizer que o Flamengo não está a fim de jogar e que o Grêmio atual está a 20 anos-luz do que ganhou a Libertadores de 2017. Aliás, a maldita Libertadores vem aí.

Fim de jogo, quase de manhã na Inglaterra, e o torcedor do Manchester United está acordando para trabalhar. Ao saber que Andreas Pereira é titular no Flamengo dá uma sonora gargalhada e a sua satisfação de felicidade sugere que terá um ótimo dia.

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*As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do site Jogada10

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