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Apostar em um Flamengo campeão mundial é hoje de um otimismo sem precedentes, algo para fanáticos incorrigíveis, que não tem noção da tarefa, tais as circunstâncias. É impossível imaginar, não a conquista máxima, mas a simples participação no torneio, sob o comando de Vitor Pereira. Entregar-lhe essa oportunidade gratuitamente é como presentear um homem de 90 anos de idade com o livro “Vida sexual para nonagenários”. As páginas estarão todas em branco. Fotos, então, nem pensar.

O mais difícil em jogo do time principal do Flamengo contra o Boavista não é dominar do começo ao fim, tentando superar a retranca armada pelo lanterna do Estadual, mas saber explorar os contra-ataques, nos raros momentos em que o adversário ganha coragem para ir à frente, deixando espaços na retaguarda. O Rubro-Negro foi mal em três quesitos, esbarrando com facilidade na barreira verde, mostrando muita lentidão ao sair, e pior, errando nas conclusões. Nada funciona no time desse treinador. Nem Arrascaeta consegue jogar! E vejam que até com Diego Alonso, a besta que dirigiu o Uruguai no Catar, o craque conseguiu.

Vitor Pereira, além de tudo, substitui mal

Não foi em um só tempo. No segundo também. Tragédia maior é quando Vitor Pereira efetua as substituições. Não se tira Everton Ribeiro de campo. Mas como há um abismo continental entre Flamengo e Boavista, Pedro fez 1 a 0 após 67 minutos, embora diante da mediocridade geral o 0 a 0 fosse de impressionante justiça. Parem de falar em “ajustes”, caros comentaristas, pois esse técnico não faz nada de útil. Agora está alimentando briga com Arturo Vidal em véspera de viagem. Francamente. Vencer o lanterna por 1 a 0, rezando para a partida terminar, como um time desse orçamento, é de ridículo formidável.

O que esperar do Flamengo no Mundial

Pois é assim que o Flamengo vai ao Mundial, em sua terceira participação, em mais de 60 anos de história do torneio: com uma derrota acachapante para o Palmeiras, em decisão de título, uma exibição sem graça contra um rival efetivamente frágil, em pleno Maracanã, e um treinador sem qualquer representatividade, na prática uma figura opaca, como deixou evidente até aqui.

Na realidade, o Flamengo vai fazer turismo no Marrocos, e para tal, seria melhor optar por Paris, repleta de atrações. Não há expectativa para esta competição. Assim, o que resta, dado que a esperança é a última que morre, é ver o Flamengo superar as previsões mais pessimistas, como ocorreu em algumas ocasiões nos 110 anos de trajetória do seu futebol, para quem sabe, brilhar na África. Sim, o Rubro-Negro já obteve façanhas.

Mas como a coisa está, se passar pela semifinal no Marrocos é praticamente impensável, vencer o Real Madrid, então, é fazer o homem de 90 anos viver um dia de sexo rasgado.

A propósito, o que há, como consolação, é a certeza de que Vitor Pereira, a invenção do século, será demitido ao longo do Mundial. Casablanca, lá vamos nós. Play it again, Sam*.

(*) Play It Again, Sam (Toque outra vez, Sam) é provavelmente a mais famosa frase da história do cinema. É o que o personagem de Humphrey Bogart (o dono de uma boate em Casablanca, no Marrocos) pede ao personagem Dooley Wison (o pianista da boate) quando está com depressão ao se lembrar de um amor perdido, a personagem da atriz Ingrid Bergman. O filme é “Casablanca” de 1943. Gamnhou 8 Oscars, incluindo filme e ator e a sua trilha sonora é a mais mítica de hoollywood.

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