Gilvan de Souza / Flamengo
O Flamengo enfrentou um adversário que vai brigar contra o descenso. Construiu um resultado favorável na primeira etapa. Mas trocou tresloucadamente meio time no intervalo, tomou outro gol. Assim, só não entregou os pontos porque o Bahia perdeu o controle – dois zagueiros expulsos – e não teve competência suficiente para empatar.
Dos males o menor: o Flamengo ganhou por 3 a 2, mas não disputa o Brasileiro para ser o campeão. Mas apenas para encerrar o campeonato com algum conforto, sem sofrer com a possibilidade de rebaixamento. Outra esperança é a de que o adeus de Jorge Sampaoli esteja próximo, e que ocorrerá no comecinho de junho, após a eliminação pelo Fluminense na Copa do Brasil. A vergonha será tão grande que o gênio de Santa Fé não terá coragem para receber a rescisão.
Bahia e Flamengo fizeram um primeiro tempo equilibrado, de futebol ofensivo e muitos equívocos de ambos, notadamente de espaços cedidos aos adversários. Daí o placar favorável ao Rubro-Negro, que errou menos e acertou mais. Matheus França fez 1 a 0 aos 22, Gabriel, cobrando pênalti de Vitor Hugo em Arrascaeta, ampliou aos 29, Biel diminuiu aos 35 e David Luiz enfiou 3 a 1 nos acréscimos. Então, o mestre porteño a promover cinco substituições no intervalo: Matheus Cunha x Santos, David Luiz x Wesley, Thiago Maia x Erick Pulgar, Matheus França x Vidal e Éverton Cebolinha x Bruno Henrique.
A atitude irresponsável, digna de um treinador desequilibrado, sugeria dificuldades para o tempo derradeiro. Isso ficou evidente aos seis minutos, quando Ademir bateu cruzado, para proporcionar nova falha de Santos: 3 a 2.
O Bahia, cujo time é limitado, mostrava problemas para encontrar um padrão, mas estava efetivamente no jogo, pois o adversário, completamente modificado, já não conseguia sequer articular contra-ataques. Na metade da segunda etapa, era impraticável afirmar o que havia de pior. É fato que a dificuldade do time da casa para aproveitar a confusão tática do visitante era flagrante. Como se isso não bastasse, o Bahia, sem qualquer necessidade, teve dois jogadores expulsos por razões óbvias, e facilitou a vida do rival. Rezende passou o sarrafo em Wesley, e Kanu, que também já tinha recebido o amarelo, mandou a cotovelada em Gabriel,
Mesmo assim, tal era o baixo nível da equipe carioca que o jogo continuou indefinido. Aos 43, Acevedo cabeceou livre na pequena área, após a péssima saída de Santos, que não viu a cor da bola. Nos minutos finais, o Bahia pressionava, mandando bolas altas a esmo na área, para desespero da torcida rubro-negra, e o Flamengo, em contra-ataques sem coordenação, não conseguia explorar os buracos evidentes da equipe baiana.
É de se imaginar o Fluminense esfregando as mãos de felicidade ao testemunhar a tranqüilidade que encontrará nos dois encontros, de terça próxima, e de 1º de junho.
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