Embora distinto, em uma visão geral, o Flamengo repetiu em Porto Alegre na noite de hoje comportamento semelhante ao de 15 dias atrás. Há duias semanas, saiu na frente do Corinthians, em São Paulo, e praticamente entregou o jogo – agora 3 a 2 para o Grêmio – quando este caminhava para o fim. Como dito aqui em várias ocasiões, o clube carioca só briga, nesta temporada absolutamente infeliz, pelo milagre de uma vaga na Libertadores de 2024. Mas que dificilmente acontecerá, dada a quantidade de equívocos e maus resultados acumulados. Tite está longe de ser a salvação de alguma lavoura. Aliás, não tomou qualquer providência para modificar o jogo, digamos, preguiçoso, que o Rubro-Negro escancarava quando ainda tinha o resultado favorável. Isso diante de um adversário apenas mediano, sem estrelas, que não apresentava muitas opções. Não seria exagero afirmar que a derrota era previsível.
Vale lembrar, o que é absolutamente intolerável: o Flamengo perdeu os oito títulos que disputou em 2023 – Taça Guanabara, Estadual, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Mundial, Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil. Não dá para esquecer o retumbante fracasso de um dos piores anos da história.
O primeiro tempo do Flamengo
O Flamengo começou esboçando o jogo ofensivo, mas em dez minutos já estava encolhido. Tinha grande dificuldade para acertar passes, deixando a bola com o Grêmio, que na realidade tentava ameaçar, mas não criava nada de interessante. tornou a partida medíocre, sem emoção. Tanto que um chute de Arrascaeta, em cobrança de falta, para defesa efetiva de Gabriel Grando à esquerda, foi o lance notável do duelo até ali. Aos 42 minutos, porém, Thiago Maia rolou para Éverton Cebolinha, que saiu em disparada, trombando com a retaguarda tricolor, até tirar goleiro e Kannemann da jogada, e abrir o placar: 1 a 0. Placar improvável, para a equipe carioca, que se comportara como pequeno. E para a gaúcha, que em momento algum tirou proveito da deficiência do adversário.
No intervalo, Tite trocou Pulgar, que levara amarelo, por Éverton Ribeiro. Renato Portaluppi pôs Ferreira no lugar do inoperante Besozzi. E a partida recomeçou equilibrada. O Flamengo buscava cadenciar o ritmo, tocando a bola, aguardando um momento de fragilidade do Grêmio. Pablo, na cabeçada, quase ampliou – boa intervenção de Gabriel Grando. O time da casa não mostrava nada de diferente do tempo inicial, sem reagir à altura de sua necessidade. Mas o visitante também, não liquidava a fatura, levando os treinadores a um punhado de substituições, aos 23 minutos, visando mudar o cenário, é claro, de ambos os lados.
Recuo excessivo
O Tricolor, em desvantagem, foi mais ousado, desfazendo o 3-5-2, e o Rubro-Negro voltou a jogar excessivamente recuado, permitindo que ocorresse o óbvio, ou seja, o empate, em conclusão de Ferreira, com meia hora. Pouco depois, aos 35, o Grêmio ampliou, com André Henrique, no cochilo da zaga, e aos 45, quando a vaquinha já caminhava para o bejo, Luiz Araújo, uma das muitas invenções da atual diretoria, diminuiu para 3 a 2.
Resta ao Flamengo orar pelo fim de 2023, um dos anos mais humilhantes de sua existência.
Por Roberto Assaf
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