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Graças aos gênios que se julgam os seus proprietários, e que por motivos inexplicáveis não revelam a razão de suas escolhas, o Flamengo caminha para superar a maior quantidade de derrotas, 36, acumuladas em uma temporada em 2002. Dá média de 0,46, número que representa praticamente a metade das 78 partidas então realizadas.

Curiosamente, naquela oportunidade, como agora, o Rubro-Negro disputou oito títulos e não ganhou nenhum. Pois vamos a eles: Taça Guanabara, Taça Rio de Janeiro, Estadual, Rio-São Paulo, Brasileiro, Libertadores, Copa dos Campeões e Mercosul. Sim, a decisão da Copa Mercosul de 2001 acabou em 2002. E o Flamengo caiu na decisão diante do San Lorenzo, nos pênaltis, após empate de 1 a 1, em Buenos Aires.

Sampaoli chegou, já deu de Professor Pardal e o Flamengo levou a pior contra o Botafogo. Assim o Mengo ostenta 37% de derrotas em seus jogos em 2023 – Marcelo Cortes/CRF

Em 2023, o clube da Gávea jogou 27 vezes e já sofreu 10 derrotas. E perdeu cinco campeonatos em três meses. Aliás, dificilmente escapará do pior nas próximas duas partidas, previstas para cenários de terror. São elas contra o Racing, em Avellaneda, e o Athletico-PR, em Curitiba, elevando a média atual para 0,41%, o que deverá abalar ainda mais o clima de insatisfação geral. Provocará os primeiros e agressivos questionamentos em torno de Jorge Sampaoli, o Andarilho de Casilda, na visão deste pobre-diabo que vos escreve, mas que conhece a história do Flamengo como a palma da mão.

Por ora, há tempo hábil para evitar o que vem de pior pela frente. A propósito, no ano passado, 2022, o Flamengo detonou Paulo Souza, substituindo essa autêntica virtuose do futebol por Dorival. Alguém que se não era íntimo do clube, pelo menos fez o feijão com arroz, sem inventar modismos, levando o time a jogar sem buscar soluções fantásticas. Afinal, usou com correção as peças que tinha à disposição, para conquistar dois importantes troféus.

Burrice siderúrgica no Flamengo

Errar duas vezes é até aceitável, todos estamos sujeitos a tal possibilidade. Mas três é de uma burrice siderúrgica. Se o equívoco foi corrigido em 2022, infelizmente voltou a ocorrer em 2023. Os cartolas – que se comportam como súditos intocáveis de algumas nações árabes – entregaram o Flamengo a Vitor Pereira, o pior treinador da história. Quando perceberam que não havia de fato como mantê-lo, dado o tamanho da incompetência, trocaram o dito cujo. Mas por algo próximo, outro gringo sem qualquer afinidade com o clube, mais um inventor da roda, que só agravará a terra já arrasada.

Parece o Brasil, que esperou 28 anos para votar no presidente da República, e quando teve enfim a oportunidade de fazê-lo, escolheu Fernando Collor.

Não, não haverá técnico pior que Vitor Pereira, a criatura insignificante que entregou o Mundial a um time da Arábia Saudita. Mas errar três vezes praticamente consecutivas sem que saiba exatamente a explicação para tal é como procurar chifre em cabeça de passarinho.

Assim, é simples explicar quando se fala em burrice siderúrgica. O rosário de derrotas, que promete continuar sem tréguas, também precisa ser abortado com rapidez. O Flamengo perderá público, sócios, receita, prestígio, mais títulos, e os cartolas, apesar da realeza, as próximas eleições, E ainda suportar o blá-blá-blá dos torcedores dos rivais, que praticamente não ganham nada faz tempo, mas fazem dos vexames consecutivos do Rubro-Negro a razão de suas pobres vidas.

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